Como esperado, a volta para a casa depois do feriadão de Páscoa e Tiradentes movimentou as rodovias. Quem escolheu passar o período fora de casa teve de exercitar a paciência em razão do tráfego carregado nesta sexta-feira (21) em vários trechos.

A professora Aline Susan mora em Piedade e passou mais de 10h no carro no retorno de Paraty, no Rio de Janeiro. “Nós viemos em oito amigos, dois carros. Saímos bem cedinho no dia 18, às 3h30 e não pegamos trânsito, mas hoje (ontem) deixamos pra sair um pouco mais tarde, às 12h e sabíamos que estaríamos sujeitos a isso”, conta. Em dias normais, o trajeto levaria, em média, duas ou três horas a menos.

Apenas em Ubatuba, ela ficou, ao menos, três horas no trânsito. Além do movimento dos turistas, que aumentam gradativamente no litoral paulista durante os feriados, houve um derramamento de óleo na rodovia Oswaldo Cruz, interditando a pista.

Na região de Sorocaba o movimento também foi intenso. A reportagem do Cruzeiro do Sul foi até o quilômetro 76 da rodovia Castello Branco, em Itu, por volta das 14h30 de hoje (21) e o painel da concessionária CCR Sorocabana alertava: 13 km de congestionamento.

Os motoristas não ultrapassavam os 40 km/h para trafegar para o sentido capital do trecho ituano da SP-280. O movimento seguiu intenso por toda a noite de ontem (21).

Em balanço parcial da CCR Sorocaba, 412 mil veículos circularam pelas rodovias administradas pelo grupo. De quinta-feira (17) até às 17h desta segunda-feira, foram registrados ainda 36 acidentes, deixando 17 pessoas feridas e três mortas. O levantamento completo será emitido pela empresa nos próximos dias ao final da operação Páscoa-Tiradentes.

Só em 2087

O feriado prolongado é esperado por muitos. E abril foi um presente com um feriadão tido como raro. Isso porque a Sexta-feira Santa caiu no dia 18 e a que celebra o Tiradentes, na segunda, dia 21. A previsão de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul é de que o “combo perfeito” só volte a ocorrer em 2087, ou seja, daqui 62 anos.

O feito é incomum devido ao cálculo da data da Páscoa, que é baseada em ciclos lunares e não em datas fixas. O período pascal é definido como o primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorre depois do equinócio de outono no hemisfério sul. Portanto, pode variar entre 22 de março e 25 de abril.

Para que o feriado de Tiradentes, que é sempre no dia 21 de abril, caia numa segunda-feira logo após a Páscoa, é preciso uma combinação exata que só aconteceu em 2003, 2014 e agora em 2025.