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Teste rápido pode indicar risco de quedas em idosos

Tipo de acidente é o 2º na causa de óbitos em pessoas com 60 anos ou mais

22 de Abril de 2025 às 21:30
Atividades físicas são recomendadas para o fortalecimento da musculatura
Atividades físicas são recomendadas para o fortalecimento da musculatura (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO / ARQUIVO JCS (10/3/2025))

O número de idosos que morreram em decorrência de quedas aumentou de 4.816 em 2013 para 9.569 em 2022, conforme dados do Ministério da Saúde. Isso representa um crescimento de quase 100%. No total, as quedas foram responsáveis pela morte de 70.493 idosos no País entre 2013 e 2022, tornando-se a segunda principal causa de óbitos acidentais entre pessoas com 60 anos ou mais. A única causa que supera esse número é a de acidentes de trânsito, com atropelamentos sendo os mais frequentes.

Em março, o Cruzeiro do Sul publicou uma matéria sobre como evitar as quedas. Segundo o médico geriatra Charles Rodrigues, cuidados devem ser tomados, como atividades físicas que aumentem a resistência e fortalecem os músculos e manter um ambiente adaptado, com iluminação, sem escadas e tapetes.

De acordo com a União dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (Unsbras/ Unabrasil) para prevenir essas quedas recomenda-se também que idosos realizem anualmente testes de equilíbrio e mobilidade durante suas consultas de rotina. “Normalmente, esses testes envolvem que a pessoa idosa mantenha uma das seguintes posições por 10 segundos: pés paralelos (bipodal), um pé ligeiramente à frente do outro (semi-tandem), um pé na frente do outro (tandem) ou equilibrado em um pé só (unipodal)”, informa a instituição.

Entretanto, ainda conforme a Unsbras/Unabrasil, um estudo conduzido pelo Laboratório de Avaliação e Reabilitação do Equilíbrio da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, publicado recentemente na revista BMC Geriatrics, revelou que o tempo de 10 segundos em uma dessas posturas é insuficiente para detectar problemas de equilíbrio ou mobilidade.

Pesquisa

Os pesquisadores mencionaram que a eficácia desse teste na identificação de problemas iniciais de equilíbrio e na previsão de quedas futuras ainda era incerta, pois 10 segundos podem não ser adequados para uma avaliação completa.

O estudo, realizado entre 2015 e 2019 e apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), incluiu 153 participantes com idades entre 60 e 89 anos, residentes em Ribeirão Preto e região. Os resultados indicaram que o teste pode ser mais eficaz quando o indivíduo consegue se manter em duas das posições mais desafiadoras (tandem ou unipodal) por 30 segundos cada.

Durante o estudo, os voluntários foram avaliados ao longo de seis meses, realizando tanto os testes convencionais quanto aqueles com tempo ampliado. Ao dividir a amostra entre os que caíram e os que não caíram após seis meses, os pesquisadores notaram que aqueles que sofreram quedas mantiveram a posição unipodal por um tempo médio de 10,4 segundos e a posição tandem por 17,5 segundos, o que é superior ao tempo atual de 10 segundos. Isso sugere que os testes em vigor são inadequados para prever quedas futuras. Por outro lado, os voluntários que não caíram conseguiram manter a posição unipodal por 17,2 segundos e a tandem por 24,8 segundos.

O estudo demonstrou que o teste de equilíbrio proposto é eficaz na previsão de quedas nos próximos seis meses, tornando-se uma ferramenta valiosa para identificar o risco de quedas em idosos. Sua inclusão anual na “Atenção Básica” é recomendada para identificar indivíduos em risco, fundamental para a escolha e manejo de intervenções adequadas.

Além disso, os resultados sugerem que o teste pode ser realizado em apenas duas posições (tandem e unipodal), com duração de 30 segundos cada. Os pesquisadores também recomendaram que cada posição seja repetida pelo menos uma vez para que o idoso se familiarize com o teste.

É importante ressaltar que esses testes de equilíbrio, tanto o atual quanto o proposto pelos pesquisadores, servem apenas como triagem inicial. O estudo destaca que, além deles, são necessárias avaliações mais detalhadas para determinar se o desequilíbrio está associado à fraqueza muscular, comprometimento sensorial ou problemas articulares, entre outros fatores. (Da Redação)