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Alimentação

Depois da Páscoa, vem a preocupação: quando o chocolate vira risco à saúde?

22 de Abril de 2025 às 21:30
Maria Zilma: ‘Para o meu filho é liberado’
Maria Zilma: ‘Para o meu filho é liberado’ (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO)


A Páscoa já passou, mas em muitas casas o chocolate ainda reina de montão. Crianças e adolescentes continuam recebendo e consumindo os ovos dados por pais, avós, padrinhos e tios ù muitas vezes, em quantidade suficiente para durar semanas. Em meio a esse cenário, surge a dúvida: é preciso limitar esse consumo? Até que ponto o chocolate é um agrado inofensivo e quando ele passa a representar um risco real à saúde?

A rotina de Alessandra da Silveira Bicudo, que trabalha de casa, é um exemplo de quem tenta encontrar equilíbrio. “Na realidade, eles [filhos] comeram agora na Páscoa. Cada um ganhou um, daqueles pequenos. Mas em casa é assim, tem um horário para comer”, conta. “Se deixar na mão deles, é o tempo todo. Pelo menos os meus netos não gostam de comer o tempo todo. Então acho que isso ajuda.”

Já a adolescente e filha de Alessandra, Daniela Silveira Bicudo, 16 anos, admite que a tentação é grande, mas o bom senso ù e a mãe ù ajudam a conter os excessos. “Se deixar, eu como toda hora, mas como pouco no dia por causa da saúde, né? E porque ela [mãe] avisa também. A gente vai comendo um pouquinho cada dia.”

Nem todas as famílias, no entanto, seguem uma rotina comedida. “O meu filho é liberado”, conta, sem cerimônia, Maria Zilma, agente comunitária da saúde. “Ele detona de uma vez. Não é regrado, não. Ele come à vontade.”

Essas diferentes abordagens dentro das famílias refletem uma dúvida comum entre pais e responsáveis: é melhor liberar tudo de uma vez, estabelecer limites diários ou proibir de vez?

O que diz a nutricionista?

Para a nutricionista Taís Pereira, a resposta está no equilíbrio ù longe dos extremos. “Os pais devem controlar a quantidade de chocolates sem terrorismo nutricional. O chocolate pode fazer parte da alimentação infantil, desde que com moderação e dentro de uma rotina equilibrada”, explica.

A lição deixada pela especialista é clara: o problema não é o chocolate, mas como se consome. Moderação, consciência e rotina são os pilares para que o doce continue sendo motivo de celebração, e não de preocupação.

Segundo ela, o problema não está no chocolate em si, mas no excesso ù tanto em quantidade quanto em frequência. “Uma porção pequena de 20 gramas pode ser suficiente para satisfazer a vontade da criança e, ao mesmo tempo, ensinar que dá para comer com prazer e consciência.”

A nutricionista destaca que o consumo exagerado pode ter consequências sérias a curto e longo prazo, tanto para crianças quanto para adultos. “Ganho de peso, desregulação da glicemia, alterações no colesterol, problemas digestivos, ansiedade e até distúrbios de sono são alguns dos riscos. Sem falar na possível dependência emocional.”

Ela ressalta que o importante é ensinar desde cedo que o chocolate não é proibido, mas também não precisa estar presente todos os dias. “Se ele vira necessidade diária ou causa irritação na sua ausência, é sinal de alerta.”

Para os adultos, os perigos não mudam muito: obesidade, doenças cardíacas, problemas bucais, risco aumentado de diabetes e distúrbios do sono entram na lista. “É importante manter uma relação saudável com o alimento. Se for consumir, o ideal é optar pelo chocolate amargo, com 70% de cacau ou mais, que tem menos açúcar e mais antioxidantes. Uma dose de até 30 gramas por dia é considerada segura e até benéfica.” (João Frizo - programa de estágio)

 

 

 

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