Produto despejado no córrego da Água Vermelha passa por análise
Moradores reclamaram de cheiro forte da água na região do Parque Romeu Osório Pires, , conhecido como Reservatório de Detenção de Cheias (RDC). Crédito da Foto: Fábio Rogério (03/12/2020)
O produto químico despejado irregularmente no córrego da Água Vermelha está sendo analisado por técnicos do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae). Na semana passada, moradores de Sorocaba chegaram a passar mal por conta do forte cheiro depois que o líquido se misturou com a água que passa por vários bairros da zona sul.
Nesta quarta-feira (9), a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) informou que não foram identificadas empresas próximas aos cursos d´água dos córregos Lageado e Água Vermelha com potencial para gerar a poluição identificada pelos moradores. O Saae e a Secretaria de Meio Ambiente de Sorocaba (Sema) foram notificados para continuar com a investigação.
O Saae afirmou que monitora a situação desde a última quinta-feira, quando o lançamento irregular foi detectado no córrego da Água Vermelha para tentar detectar a origem do problema e aplicar as sanções previstas ao responsável. "Esse trabalho se estendeu também no final de semana e continua em andamento", detalha.
O material foi coletado e está sendo analisado por técnicos do Saae e Cetesb. A avaliação preliminar aponta que se trata de um produto derivado de petróleo.
Ainda de acordo com o Saae, a autarquia está rastreando e fiscalizando empresas que trabalham com produtos similares. A região monitorada inclui o Jardim São Carlos, Jardim Guadalajara, Jardim Pagliato, Campolim e os endereços próximos a rua Augusto Lippel.
Cheiro forte
O forte odor pôde ser sentido na noite da última quinta-feira (3) a partir do bairro Parque Fazenda Imperial, na região da Rodovia Raposo Tavares, e seguiu pelo Jardim São Carlos até chegar no Jardim Paulistano, na região do Parque Romeu Osório Pires, e no Jardim Faculdade, próximo a Avenida Barão de Tatuí.
A reportagem esteve no Jardim São Carlos na manhã de sexta-feira (4) e constatou que ainda era possível sentir um leve cheiro de produto químico no local. A água aparentava estar coberta por uma fina camada semelhante a óleo. Também havia resíduo escuro na vegetação próxima ao córrego.
Moradores contaram que chegaram a passar mal por conta do forte cheiro, apresentando sintomas como dores nos olhos e na cabeça. “A noite o cheiro ficou muito forte durante várias horas até a madrugada. Cheguei a sentir náusea e ânsia por conta disso, então achei melhor sair de casa com a minha família”, disse o policial civil Alexandre Caixeiro na ocasião. (Jomar Bellini)