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Política

Davi Alcolumbre é eleito presidente do Senado pela segunda vez

Com 41 votos necessários, ele comandará a Casa pela segunda vez

01 de Fevereiro de 2025 às 16:02
Davi Alcolumbre.
Alcolumbre sucede a Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de quem é padrinho político (Crédito: AGÊNCIA SENADO (10/12/2019))

O Senado elegeu, neste sábado (1º), Davi Alcolumbre (União-AP) como presidente da Casa pelos próximos dois anos. Com 41 votos necessários para ser eleito, o parlamentar do Amapá volta ao cargo que ocupou entre 2019 e 2021. A apuração dos votos continua. Alcolumbre sucede a Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de quem é padrinho político.

Favorito durante todo o processo, o senador do União Brasil derrotou Eduardo Girão (Novo-CE) e Marcos Pontes (PL-SP). Marcos do Val (Podemos-ES) e Soraya Thronicke (Podemos-MS) também registraram suas candidaturas, mas retiraram seus nomes da disputa durante o discurso em plenário.

No discurso que precedeu a votação, Alcolumbre citou a "controvérsia envolvendo as emendas parlamentares" como um desafio a ser enfrentado pelo Congresso e mandou um recado ao Supremo Tribunal Federal (STF), dizendo que as prerrogativas do Legislativo devem ser respeitadas.

Ele também reiterou um "compromisso inafastável" com a democracia e disse que é preciso "resistir aos atalhos populistas", evitar "os rótulos de discursos fáceis" e as "distorções de debates nas redes sociais" feitas por meio de "simplificações mal intencionadas".

Mesmo longe da presidência nos últimos quatro anos, Alcolumbre manteve sua influência na Casa com o comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e aglutinou apoio desde o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, até o PL, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, para sua candidatura.

Ao todo, MDB, PSD, PL, União Brasil, PT, PP, PDT, PSB e Republicanos, quase todas as legendas com representação na Casa, apoiaram a eleição de Alcolumbre.

Essa ampla frente formada terá como principal resultado o retorno do PL a cargos de destaque na Casa Alta do Congresso e a redistribuição das principais comissões. O partido de Jair Bolsonaro deve conseguir a primeira vice-presidência, posto estratégico que foi ocupado pelo MDB ao longo dos quatro anos de mandato de Rodrigo Pacheco. Eduardo Gomes (PL-TO) deve ser o escolhido.

O PT, por sua vez, deve ficar com a segunda vice, cargo menos importante que a primeira secretaria que o partido tem até o momento. O ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PE) é o escolhido dos petistas para a vaga.

A próxima etapa da eleição é a votação para os outros cargos da Mesa Diretora. O acordo é para que a distribuição fique assim:

- Primeira Secretaria: Daniella Ribeiro (PSD-PB);

- Segunda Secretaria: Confúcio Moura (MDB-RO);

- Terceira Secretaria: Chico Rodrigues (PSB-RR);

- Quarta Secretaria: Laércio Oliveira (PP-SE).

O cenário de vitória de Alcolumbre retomou uma tradição de eleições tranquilas, com uma ampla margem a favor do vencedor. Em 2023, quando Rodrigo Pacheco foi reeleito, o placar foi de 49 votos a 32 a favor do senador mineiro contra Rogério Marinho (PL-RN). Quando foi eleito pela primeira vez, em 2019, Alcolumbre venceu por 42 votos a 13. Em 2015, Renan Calheiros (PMDB) derrotou Luiz Henrique (PMDB) por 49 votos a 31, e em 2009, José Sarney (PMDB) venceu Tião Viana (PT) por 49 votos a 32.

O próprio Sarney protagonizou uma das vitórias mais amplas - 70 votos a 8 contra Randolfe Rodrigues, então integrante do PSOL. Renan também teve uma goleada na sua conta: venceu por 72 votos a quatro em 2005 - mas naquele ano, ele foi candidato único, e os quatro votos foram computados apenas como contrários. (Estadão Conteúdo)