Washington
Acidente aéreo nos EUA mata 67 pessoas
Helicóptero militar colidiu com um avião comercial; destroços das aeronaves caíram em rio congelado

Um avião da American Airlines que ia de Wichita, no Kansas, para Washington, a capital dos EUA, colidiu no ar com um helicóptero militar enquanto se preparava para pousar no Aeroporto Nacional Ronald Reagan e caiu no Rio Potomac na madrugada de ontem (30).
No avião da American Airlines havia 60 passageiros e quatro tripulantes a bordo no momento da colisão. No helicóptero, que realizava um voo de treinamento, estavam três militares.
Segundo o Corpo de Bombeiros de Washington e a Autoridade de Aeroportos da capital, não há sobreviventes. O jato era um Bombardier CRJ700 e o helicóptero, um Sikorsky H-60.
Entre as vítimas estão vários membros da comunidade de patinação artística dos Estados Unidos, incluindo atletas, treinadores e familiares, segundo a US Figure Skating, o órgão regulador americano do esporte. “Estamos devastados por esta tragédia”, disse Alex Schauffler, diretor de comunicações do órgão.
Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, patinadores artísticos russos e outros cidadãos russos também estavam no jato acidentado. Entre eles estão os campeões mundiais de patinação Evgenia Shishkova e Vadim Naumov. O presidente Vladimir Putin não tem planos de entrar em contato com Donald Trump para falar sobre o acidente, disse Peskov.
As investigações sobre as causas do acidente já começaram. De acordo com o secretário de Transportes dos EUA, Sean Duffy, tudo ocorria dentro do padrão no período que antecedeu o acidente.
Ele disse também que os helicópteros militares dos EUA voam rotineiramente para cima e para baixo no rio Potomac, em virtude da proximidade do Pentágono, da Casa Branca e outros pontos estratégicos do governo americano.
O que aconteceu?
Menos de 30 segundos antes da colisão, gravações de tráfego aéreo mostram controladores perguntando ao helicóptero se tinha o avião à vista e orientando a passar atrás da aeronave que pousava.
Um membro da tripulação no helicóptero responde que “a aeronave está à vista” e solicita “separação visual” com o avião que se aproxima, permitindo que ele voe mais perto do que seria permitido se os pilotos não vissem a aeronave. Os controladores aprovaram a solicitação.
Cerca de 20 segundos depois, uma movimentação é ouvida no áudio e, segundos depois, os controladores começam a desviar as aeronaves do local do desastre.
Os dois aviões já foram localizados nas águas geladas do rio, que nesta época do ano têm uma temperatura pouco acima de 0ºC e conta com pedaços de gelo flutuando em seu curso. O vento, o frio e o risco de hipotermia dificultam a operação.
“A operação está acontecendo manualmente em torno dos destroços, que estão espalhados por uma área de menos de um quilômetro e meio”, disse John Donelly, chefe dos bombeiros de Washington.
A American Airlines, que operava o voo, e a MHI RJ Aviation Group, fabricante do avião, expressaram condolências e prometeram apoio à família das vítimas.
Pouco após o ocorrido, Trump disse ter sido informado sobre o “terrível acidente” e agradeceu aos socorristas pelo trabalho no local.
“O avião estava em uma linha de aproximação perfeita e rotineira por um longo período de tempo em uma noite clara”. Trump questionou “por que o helicóptero não subiu, desceu ou virou” e “por que a torre de controle não disse ao helicóptero o que fazer em vez de perguntar se eles viram o avião”. (Estadão Conteúdo)