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Intoxicação por descongestionantes nasais em crianças

28 de Janeiro de 2025 às 21:30
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. (Crédito: .)

Aflição, incômodo, irritação. Quem nunca sofreu com o nariz entupido? A sensação de não conseguir respirar adequadamente é algo que afeta muitas pessoas, principalmente as crianças, que possuem a laringe mais cefálica e as vias respiratórias mais estreitas em relação aos adultos. Por conta disso, torna-se comum o uso imprudente de descongestionantes nasais, que muitas vezes são usados como solução rápida para o problema.

Os descongestionantes nasais são medicamentos que ajudam a aliviar os sintomas do nariz entupido, atuando na diminuição do inchaço da mucosa nasal e permitindo que o ar flua com mais facilidade. Esses medicamentos contêm derivados de imidazolina, uma substância vasoconstritora que diminui o tamanho interno dos vasos sanguíneos, produzindo o alívio na congestão nasal de forma rápida e prolongada.

No mercado nacional de descongestionantes nasais, destacam-se os fármacos: nafazolina, oximetazolina, fenoxazolina e xilometazolina, entretanto, o uso de descongestionantes nasais não é indicado para crianças, especialmente aquelas com menos de 12 anos. Para crianças o uso deve ser feito somente sob orientação médica. Infelizmente, relatos de intoxicação causados por descongestionantes nasais em crianças têm se tornado cada vez mais frequente, principalmente pelo uso inapropriado desses medicamentos, seja por falta de informação ou por descuido dos responsáveis.

Entre os efeitos da intoxicação causada por esse fármaco, estão: náuseas, sudorese, sonolência, dificuldade para respirar, diminuição ou aumento de batimentos cardíacos, febre, e até mesmo coma e morte. Portanto, seguir as recomendações de uso de medicamentos, utilizar medicamentos sob supervisão médica ou farmacêutica, e manter medicamentos fora do alcance de crianças são medidas necessárias para diminuição dos riscos de intoxicações.

No relato de uma mãe à Revista Crescer, é alertado os perigos do uso indiscriminado de descongestionantes nasais em crianças. Segundo ela, sua filha de apenas três anos precisou ser internada na UTI após ingerir o medicamento e apresentou sintomas como febre, sudorese, taquicardia e irritabilidade. A mãe ressalta a importância de seguir as orientações médicas e manter os medicamentos fora do alcance das crianças.

A disponibilidade de descongestionantes nasais obtidos sem prescrição médica e/ou orientação de um profissional da saúde facilita o uso indevido e a intoxicação acidental, constituindo um problema de saúde pública. Promover a conscientização sobre uso correto e os efeitos tóxicos causados por esses medicamentos integra uma importante parte de responsabilidade dos profissionais em saúde e educação, e você pode nos ajudar, divulgando e ampliando o alcance dessa informação.

Giovanna Alessandra Salvador Vieira e Nubia Luisa Alvares Garcia são estudantes do curso de biomedicina
da Universidade de Sorocaba (Uniso).

Éric Diego Barioni é biomédico, mestre e doutor em toxicologia, educador e pesquisador na Universidade de Sorocaba (Uniso).