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Alta nos combustíveis pesa no bolso dos motoristas

Sorocabanos tentam alternativas nas tarefas e obrigações do dia a dia

01 de Fevereiro de 2025 às 21:07
 Litro da gasolina subiu R$ 0,10 e Diesel R$ 0,06
Litro da gasolina subiu R$ 0,10 e Diesel R$ 0,06 (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO)


O aumento no preço dos combustíveis já tem impacto direto no orçamento dos motoristas e se reflete no custo de vida da população. Com a gasolina e o diesel mais caros, consumidores adotam estratégias para economizar, seja reduzindo o uso do carro, planejando melhor as compras ou até cortando gastos em outras áreas para compensar a despesa extra com transporte. Enquanto alguns motoristas dizem não ter sentido diferença nos preços em Sorocaba, outros relatam que a alta já pesou no bolso e deve influenciar também o preço dos alimentos e outros produtos essenciais.

Os reajustes começaram a valer ontem (1). O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), subiu R$ 0,10 por litro da gasolina e R$ 0,06 no diesel, conforme decisão do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Já a Petrobras aumentou o preço do diesel em R$ 0,22 para as distribuidoras, no primeiro reajuste do ano.

Os motoristas sentem no dia a dia os efeitos do aumento dos combustíveis, que tende a impactar outros setores da economia.

O impacto direto no bolso

Maria Cláudia Rondello, headhunter na área de recrutamento e seleção, percebeu a alta no preço da gasolina e já sente o impacto nos gastos mensais. Para ela, o maior problema é o efeito em cascata que a alta do combustível provoca. “Se aumenta a gasolina e, principalmente, o diesel, tudo encarece. Caminhões dependem do diesel, então o preço dos alimentos e outros produtos também sobe”, afirma.

Ela notou que muitas pessoas tentaram antecipar compras antes que os reajustes se refletissem nos preços dos supermercados. “Ontem fui ao supermercado e estava lotado. As pessoas sabem que, com o aumento do combustível, o preço dos alimentos vai subir”, conta. Para economizar, ela reduziu o uso do carro e passou a planejar melhor suas compras. “Faço uma lista para não precisar ir várias vezes ao supermercado e otimizar meus deslocamentos. Assim, evito idas desnecessárias e economizo combustível”, explica.

Para Eduardo Paulo Silva, empresário, o aumento do combustível ainda não foi percebido em Sorocaba, mas em outras cidades, como São Roque, ele notou preços mais altos. Ele acredita que a arrecadação do governo influencia na política de preços. “O problema é que os caras estão gastando muito dinheiro e precisam arrecadar de algum lugar. Então, a gasolina acaba sendo um dos alvos”, opina.

Mesmo sem ter sentido um grande impacto no abastecimento local, ele já adota medidas para evitar um consumo excessivo de combustível. “No meu carro, não passo de 100 km/h, porque se eu passar disso, ele gasta mais. Então, tento manter um limite”, conta.

Alternativas para lidar com a alta

O empresário Enderson Barbosa Moreira sente os efeitos do aumento da gasolina no bolso e na incerteza dos preços. Para ele, a variação constante no valor dos combustíveis torna o planejamento financeiro mais difícil. “Hoje abastecemos por um valor, semana que vem já está diferente. Isso complica muito”, afirma.

No entanto, diferentemente de outros consumidores que estão tentando reduzir o uso do carro, ele não tem essa opção. “Tenho duas filhas, uma vai para a creche e outra para a escola. Tenho que levar e buscar, então não tem como”, lamenta. Para ele, a solução seria uma estrutura de transporte público mais eficiente. “Se tivéssemos a logística da Europa, poderíamos usar mais o transporte coletivo, mas aqui não temos essa opção”, critica.

A enfermeira Camila Ferreira Nunes também percebeu a alta nos combustíveis, mas explica que consegue equilibrar os gastos variando entre álcool e gasolina. “Fico revezando. Conforme vai aumentando ou diminuindo, a gente vai abastecendo”, diz. Mesmo assim, ela evita deslocamentos desnecessários. “A gente corta rodagem à toa, só anda quando precisa mesmo”, explica.

No caso dela, o carro é essencial para o dia a dia. “Uso o carro para trabalho, para tudo. É o único meio de transporte que tenho. Então, a gente tenta equilibrar os gastos, mas não tem muito para onde fugir, porque dentro de casa o mercado também está caro”, comenta.

O analista de sistemas Italo Tadeu de Moraizinha notou a alta no preço da gasolina, mas, assim como Enderson, não tem como reduzir o uso do carro. “A gente acaba precisando usar o veículo para o dia a dia e sente essa alta no bolso”, diz. Para ele, o transporte público poderia ser uma alternativa, caso fosse mais eficiente. “Se tivesse empregos perto de casa e um transporte coletivo melhor, seria uma economia considerável”, afirma. (João Frizo - programa de estágio)

 

 

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