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Bando de capivaras circula por vias da região central de Votorantim

25 de Abril de 2025 às 22:31
Ao menos 13 foram vistas em avenida perto do Rio Sorocaba
Ao menos 13 foram vistas em avenida perto do Rio Sorocaba (Crédito: REPRODUÇÃO / MARCOS MOURA GALLI)

Uma cena inusitada chamou a atenção do estudante Marcos Moura Galli, de 13 anos, na noite de 14 de abril. Pelo menos 13 capivaras foram vistas caminhando tranquilamente pela avenida Vereador Newton Vieira Soares, no centro de Votorantim, nas proximidades do Capivara Skate Park, cujo nome homenageia o animal da fauna brasileira.

Ao presenciar a cena, Marcos, que passeava com o pai, Maurício Galli, registrou o momento. Segundo a mãe do adolescente, Fran Moura Galli, a ligação do filho com a natureza sempre foi muito forte. “O Marcos ainda conseguiu vivenciar de perto a paixão da família. No bairro do Votocel, onde moramos por 40 anos, era comum pescar ou passear na cachoeira. Então ele desenvolveu um grande carinho por tudo que envolve a natureza”, relatou.

A presença de capivaras em áreas urbanas tem se tornado cada vez mais frequente em Votorantim e nas cidades vizinhas. Esses animais costumam ser vistos próximos a rios, praças e parques, atraídos pela oferta de alimento, abrigo e pela diminuição de áreas naturais preservadas.

Thiago Simon Marques, de 38 anos, biólogo e pesquisador do programa de pós-graduação em Processos Tecnológicos e Ambientais da Universidade de Sorocaba (Uniso), explica que esse comportamento está diretamente relacionado ao avanço da urbanização.

“As capivaras são animais herbívoros, muito adaptáveis, e encontram nas cidades um ambiente propício, com gramíneas, vegetação disponível e pouca presença de predadores naturais. No entanto, essa convivência próxima ao ser humano traz riscos que precisam ser considerados”, alerta.

O pesquisador destaca que, apesar de não serem agressivas, as capivaras podem reagir ao se sentirem ameaçadas. Além disso, são hospedeiras do carrapato-estrela, vetor da febre maculosa — doença grave que pode levar à morte se não for tratada rapidamente.

Outra preocupação é o risco de acidentes de trânsito, pois esses animais costumam se deslocar em grupos e podem atravessar vias movimentadas de forma repentina. Em Sorocaba, por exemplo, há placas de sinalização em avenidas próximas ao rio do mesmo nome, como na avenida Dom Aguirre, alertando para a travessia das capivaras.

A orientação do biólogo é clara: ao avistar uma capivara, não se deve tentar se aproximar, tocar ou alimentar o animal. O ideal é manter distância e acionar os órgãos ambientais, caso necessário.

Ainda segundo Thiago Marques, a presença desses animais tende a aumentar na zona urbana no outono e inverno, pois os ambientes naturais podem ficar com menos água e alimento. Assim, as capivaras buscam áreas com vegetação ainda verde e acessível, como parques e margens de rios nas cidades.

A reportagem tentou contato com a Secretaria de Meio Ambiente (Sema) de Votorantim para saber sobre cuidados com o animal na área urbana, mas não houve resposta. (Da Redação)

 

 

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