Prevenção
Conheça mais sobre a catapora
Ano passado teve 18 casos; vacinação é a melhor forma de prevenir essa doença contagiosa
A catapora é uma doença infecciosa e altamente contagiosa, também chamada de varicela, causada pelo vírus varicela zóster e que se caracteriza por lesões na pele. Ela é transmitida por meio do contato com o líquido da bolha ou pela tosse, espirro, saliva e objetos contaminados pelo vírus, ou seja, contato direto ou de secreções respiratórias. Em 2022, Sorocaba registrou 18 casos e 13 surtos de catapora. Já neste primeiro mês de 2023, não há nenhum caso registrado até o momento.
Segundo o médico infectologista Eduardo Leite Croco, presidente da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) e coordenador da CCIH do Hospital GPACI, o período de transmissão tem início dois dias antes das vesículas (bolhas cheias de líquido) surgirem, até o término delas, em torno do quinto ao sétimo dia. “O fato da catapora começar a transmitir antes da lesão surgir é um dos motivos de ser bastante contagiosa. As vezes a criança não está com a lesão, mas está transmitindo, e somente depois de alguns dias as feridas aparecem”, explica.
De acordo o especialista, as lesões da catapora começam na cabeça, descem para o tronco e, em seguida, aos membros superiores ou inferiores. Os sintomas, como mal-estar e em alguns casos febre, se iniciam normalmente dois dias antes das feridas surgirem. Embora não seja comum, podem ocorrem complicações como infecção secundária da pele, principalmente quando a pessoa coça ou acaba ferindo a lesão e, raramente, infecção respiratória (pneumonia).
O infectologista afirma que é raro ter catapora mais de uma vez: “Quando nós pegamos catapora, desenvolvemos imunidade a ela. Até pode pegar duas vezes, mas a catapora tem uma imunidade que chamamos de perene, ou seja, ela fica para sempre. Portanto, é raro, mas não impossível.”
Eduardo Croco também explica que não tem como a Secretaria da Saúde saber o número total de casos, pois a catapora não é uma doença de notificação obrigatória, como a dengue, tuberculose ou Covid-19. É considerado surto quando há ocorrências acima do esperado.
Diagnóstico, tratamento e prevenção
O diagnóstico é clínico e feito com uma avaliação médica. “A catapora tem quatro estágios de lesão: A mancha, chamada tecnicamente de mácula. Depois, a lesão fica um pouco levantada, chamada pápula. Em seguida, fica com líquido, que é a vesícula (nesta fase o líquido é claro). No entanto, quando tem pus, chamamos de pústula; e, por fim, quando ela seca e fica com casca, chamamos de crosta”, explica o médico.
O tratamento é sintomático. Em alguns casos, é possível usar algum medicamento antiviral nas fases iniciais, como o Aciclovir. ‘Essas medicações não curam, eles deixam as lesões menos intensas e diminuem os sintomas”, diz o infectologista. Também podem ser prescritos medicamentos para febre ou dor, como dipirona, paracetamol ou ibuprofeno.
Além da vacinação, que é considerada a melhor prevenção, é preciso separar os pacientes que estão com a doença, até que as vesículas desapareçam. As crianças, que são mais acometidas pelo vírus, devem evitar ir às escolas, bem como não ter contato com outras pessoas.
Vacinação
A vacina está disponível nas 33 UBS’s de Sorocaba. Segundo a Secretaria da Saúde (SES), a procura por vacinação encontra-se dentro do satisfatório. Em 2021, foram aplicadas 15.659 vacinas e, em 2022, 16.550.
A primeira aplicação da vacina deve ser feita até 1 ano e 3 meses de idade e uma segunda dose de reforço deve ser aplicada. “Se eventualmente, a criança não tomou a primeira dose antes dos 15 meses, ela toma duas em um intervalo de 30 dias posterior. Até um tempo atrás, a vacina só estava disponível em clínicas privadas, hoje ela é oferecida no Sistema Único de Saúde (SUS). É uma vacina que possui baixo efeito adverso e tem bastante eficiência em termos de proteção”, comenta o infectologista. (Virgínia Kleinhappel Valio)
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