Conflito
Tremor de 7,7 graus mata 150 em Mianmar e Tailândia
Desastre derrubou prédios e interrompeu rodovias nos dois países

O devastador terremoto de magnitude 7,7 que atingiu ontem (28) Mianmar e a Tailândia deixou 150 mortos, um balanço que deve aumentar, além de centenas de feridos e dezenas de pessoas presas pelo desabamento de um arranha-céu em construção.
O epicentro do terremoto foi localizado a 16 quilômetros da cidade de Sagaing, Mianmar, a uma profundidade de 10 quilômetros, por volta das 12h50, hora local (3h20 no horário de Brasília), informou o Centro Geológico dos Estados Unidos (USGS).
O terremoto, seguido alguns minutos depois por uma réplica de magnitude 6,4, afetou estradas, com rachaduras profundas, derrubou prédios e destruiu a famosa ponte Ava.
O nível de devastação forçou a junta militar que governa o país a fazer um apelo incomum por ajuda internacional e declarar estado de emergência em seis regiões.
O chefe da Junta, Min Aung Hlaing, indicou que 144 pessoas morreram e 732 ficaram feridas, mas advertiu que o número de vítimas “provavelmente aumentará”. “Gostaria de convidar qualquer país, qualquer organização ou qualquer pessoa de Mianmar a vir ajudar. Obrigado”, disse em um discurso televisionado, após visitar um hospital na capital, Naypyidaw.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que ativou seu sistema de gestão de emergências e que seu centro logístico em Dubai foi mobilizado para preparar suprimentos para os feridos.
O pedido incomum de ajuda dos militares birmaneses é um indício da proporção dos danos, em um país onde a infraestrutura e o sistema de saúde estão devastados por quatro anos de guerra civil. O hospital geral de Naypyidaw, localizado a 250 quilômetros do epicentro, recebeu centenas de vítimas.
“Nunca vi nada assim. Estamos tentando administrar a situação”, declarou um médico. Devido à saturação do hospital, muitos feridos foram tratados fora do prédio, no chão ou em macas improvisadas.
A prefeitura de Bangkok, na Tailândia, declarou a cidade como área de desastre para facilitar a resposta ao terremoto. A grande área metropolitana abriga mais de 17 milhões de pessoas, muitas das quais vivem em apartamentos de andares elevados. (AFP e Estadão Conteúdo)