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Sorocaba, Segunda-feira, 21 de Abril de 2025

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Editorial

O custo da cesta básica

08 de Abril de 2025 às 21:30
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Ultimamente, no Brasil, alimentar as famílias não tem sido tarefa fácil, principalmente aquelas mais numerosas e vulneráveis. Uma simples ida ao supermercado já se torna uma tarefa preocupante, principalmente para o orçamento doméstico. O dinheiro do mês, agora, não aguenta os 30 dias.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação dos alimentos tem superado a inflação geral, refletindo a pressão sobre os orçamentos familiares. Produtos básicos como arroz, feijão, óleo e hortaliças tiveram aumentos expressivos, o que tem levado as famílias a reavaliar suas compras e, em muitos casos, a reduzir a qualidade e a quantidade dos alimentos consumidos.

A combinação de inflação alta e taxas de juros elevadas pode ter um impacto significativo nas famílias. Com o aumento dos preços dos alimentos e o encarecimento do crédito, muitas famílias podem enfrentar dificuldades para atender suas necessidades básicas, levando a um aumento da insegurança alimentar.

Prova dessa situação é trazida na mais recente Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, que aponta que apenas três capitais brasileiras não apresentaram aumento no custo médio da cesta básica no mês de março. Das 17 capitais analisadas, somente Aracaju (-1,89%), Natal (-1,87%) e João Pessoa (-1,19%) apresentaram redução no custo médio da cesta.

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), responsável pela pesquisa, as maiores elevações observadas no mês de março ocorreram nas capitais do sul do País: Curitiba (3,61%), Florianópolis (3%) e Porto Alegre (2,85%).

Entre os maiores vilões para o aumento da cesta no mês passado estão o café, que subiu em todas as capitais analisadas, o tomate e o leite integral. A cesta básica mais cara do País continua a ser a de São Paulo, onde o custo médio chegou a R$ 880,72. Em seguida vêm Rio de Janeiro (R$ 835,50), Florianópolis (R$ 831,92) e Porto Alegre (R$ 791,64).

Com base na cesta mais cara, que em março foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estimou que o salário mínimo em fevereiro deveria ser de R$ 7.398,94 ou 4,87 vezes o mínimo reajustado em R$ 1.518,00.

Trazendo para a nossa realidade, conforme apontado pela pesquisa elaborada pelo Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade de Sorocaba, o preço da cesta básica sorocabana, em março de 2025, quando comparado com o mesmo mês do ano anterior (março de 2024), teve uma alta de 11,54%, ou seja, R$ 120,68 pagos a mais pelo consumidor.

Quando comparado com o mês anterior (fevereiro de 2025), o preço da cesta apresentou um aumento de 1,57%, passando de R$ 1.148,96 para R$ 1.166,15, ou seja, R$ 17,19 pagos a mais pelo consumidor. O aumento do preço da cesta básica em março de 2025 (1,57%) foi superior ao resultado medido pelo índice de inflação oficial (IPCA-15), que apresentou a elevação de 0,64%.

Dos 34 itens que compõem a cesta básica sorocabana, 24 deles apresentaram alta no preço em março de 2025. Entre os itens com as maiores altas estão: os ovos (16,26%), passando de R$ 11,87 a dúzia em fevereiro para R$ 13,80 a dúzia em março. Em seguida, a batata, segundo item com maior alta de preço (13,76%), passou de R$ 5,16/kg em fevereiro para R$ 5,87/kg em março. Em terceiro lugar ficou o café, com um aumento de 10,04%.

Entre os destaques das maiores altas, o ovo e o café continuam com tendência de elevação significativa nos preços, reflexo da diminuição da oferta devido a aspectos climáticos e ao aumento dos custos de fatores de produção desses itens. A batata, que havia se destacado pelas quedas de preço no início do ano, registrou uma elevação no preço médio em março. As causas dessa alta precisam ser acompanhadas, pois não há indicações claras sobre o motivo do aumento neste mês. Em março de 2025, os produtos que tiveram as maiores altas de preços foram os ovos (16,26%), a batata (13,76%), o café (10,04%) e o vinagre (8,60%).