Protesto
Professores da rede estadual fazem manifestação em Sorocaba
Entre as principais demandas estão reajuste salarial, fim da plataformização e denúncias de assédio moral

Um grupo de professores da rede estadual de ensino fizeram um protesto na manhã desta sexta-feira (25) na região central de Sorocaba. A manifestação começou por volta das 10h30 em frente a sede do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) no município, localizada na rua Maranhão. O grupo saiu em caminhada pela avenida Dr. Eugênio Salerno e encerrou o trajeto na Praça Nove de Julho. Os professores ocuparam duas faixas da via. Agentes de trânsito acompanham o percurso. De acordo com a Apeoesp, alguns professores paralisaram no dia de hoje as atividades.
Os manifestantes pedem reajuste imediato do piso nacional de 6,27% no salário base dos professores na rede estudual de ensino; fim da plataformização, autoritarismo e assédio moral. Além disso, exigem a convocação de 44 mil professores concursados e a não à privatização e à militarização das escolas.
“A nossa ideia é chamar atenção, é um ato que acontece hoje em Sorocaba, mas que também faz parte de uma mobilização estadual. As salas de aulas estão superlotadas e sem climatização, principalmente nos momentos de ondas de calor, que ficam com uma temperatura ali inviável para acontecer o processo de ensino-aprendizagem”, ressaltou Paula Penha, coordenadora da subsede da Apeoesp em Sorocaba.
Paula reforça, também, a questão salarial. “Hoje o Estado de São Paulo tem um salário que é menor que o piso salarial nacional, então ele é ilegal, por isso o governo complementa o salário para chegar no piso salarial nacional com um abono, que depois não incide sobre a aposentadoria, que não é o salário de fato, então nós queremos um plano de recomposição salarial do salário do Estado de São Paulo, que hoje é de R$ 3 mil, quando o salário nacional do piso salarial nacional é de R$ 4.867, então a defasagem é muito grande”.
O professor de história Gregório Ribeiro, de 32 anos, informa que o protesto é uma forma de denunciar a plataformização e assédios que vem ocorrendo nas instituições. “Hoje, as aulas já vêm, prontas, tem uma série de ferramentas que cerceiam o trabalho do professor, que é obrigado a dar porque isso é cobrado depois nas avaliações externas, e que vem levando, inclusive, a categoria no adoecimento”.
“Se o professor não consegue bater os índices, as metas que são impostas por essas plataformas, ele é pressional, ameaçado e assediado, como se ele não soubesse dar aula”, complementou o Caio Silva, também professor de história do Estado.
Uma Assembleia é realizada na tarde desta sexta-feira (25) em frente ao Masp, em São Paulo, para definir os rumos da mobilização. A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo informou que emitirá nota sobre o assunto após a decisão.