Dores na barriga podem ter muitas origens, mas grande parte delas está relacionada ao que comemos, como comemos e ao nosso estilo de vida.

Com pequenas mudanças nos hábitos alimentares e a inclusão de chás naturais, é possível evitar esses incômodos, manter o estômago em equilíbrio e viver com mais leveza, energia e bem-estar.

Entenda a origem das dores abdominais

Por que a barriga dói?

A dor no estômago ou em outras partes do abdômen pode ter causas diversas. Entre as mais comuns estão a má digestão, excesso de gases, refluxo gastroesofágico, constipação intestinal e intolerâncias alimentares, como à lactose ou ao glúten. 

Além disso, o estresse emocional e a ansiedade afetam diretamente o sistema digestivo, podendo desencadear cólicas, queimação, enjoos e até diarreia funcional.

Sinais de alerta que não devem ser ignorados

Embora a maioria dos casos seja leve e passageira, é essencial estar atento a sintomas que indicam algo mais grave. Se a dor vier acompanhada de sangue nas fezes, vômitos persistentes, febre alta, perda de apetite, emagrecimento repentino ou sensação de massa abdominal, procure atendimento médico imediatamente. 

Essas manifestações podem sinalizar problemas como gastrite erosiva, úlcera gástrica, infecções intestinais ou doenças inflamatórias, como a Doença de Crohn.

A influência direta da alimentação no estômago

Alimentos que inflamam e sobrecarregam

Alguns alimentos prejudicam o bom funcionamento do sistema digestivo. Frituras, alimentos ultraprocessados, comidas muito apimentadas, embutidos, molhos industrializados e bebidas gaseificadas estão entre os principais vilões. 

Eles aumentam a produção de ácido gástrico, favorecem a fermentação intestinal, irritam a mucosa do estômago e promovem inflamações locais, contribuindo para episódios frequentes de dor no estômago e distensão abdominal.

O que comer para aliviar e prevenir desconfortos?

Investir em uma alimentação anti-inflamatória e leve é uma estratégia eficaz para quem sofre com dores abdominais. Inclua diariamente:

• frutas frescas ricas em fibras solúveis (como maçã, mamão e banana);
  
  
• hortaliças cozidas ou cruas, com destaque para abobrinha, cenoura e espinafre;
  
  
• cereais integrais, como arroz integral, aveia e quinoa;
  
  
• proteínas magras de fácil digestão, como frango grelhado, peixe ou ovos;
  
  
• fontes de gordura boa, como azeite de oliva, abacate e sementes de linhaça.
  
  

Esses alimentos não somente aliviam sintomas como inchaço e gases, como também promovem equilíbrio da flora intestinal e facilitam a digestão.

Probióticos e prebióticos: equilíbrio intestinal, na prática

Probióticos

São microrganismos vivos que, ao serem ingeridos em quantidades adequadas, conferem diversos benefícios à saúde digestiva. Iogurtes naturais, kefir, kombucha e alguns suplementos manipulados são fontes ricas desses compostos. Eles ajudam a restaurar a microbiota intestinal, favorecem a digestão e previnem episódios de constipação ou diarreia.

Prebióticos

São fibras que alimentam as bactérias benéficas do intestino. Podem ser encontrados em alimentos como alho, cebola, banana, alcachofra, aveia e aspargos. O consumo regular de prebióticos melhora o trânsito intestinal, reduz inflamações e fortalece o sistema imunológico.

O papel das fibras solúveis e insolúveis

As fibras são essenciais para a saúde digestiva e devem fazer parte de uma dieta equilibrada.

• Fibras solúveis: formam um gel viscoso no intestino, retardando a digestão e a absorção de nutrientes. Auxiliam no controle glicêmico e promovem saciedade. Presentes na maçã, aveia, cenoura e leguminosas.
  
  
• Fibras insolúveis: aceleram o trânsito intestinal e aumentam o volume fecal, prevenindo a constipação. Encontradas em alimentos como farelo de trigo, nozes, folhas verdes, arroz integral e casca de frutas.
  
  

Temperos naturais como aliados digestivos

Além dos alimentos, é possível utilizar temperos naturais como parte do cuidado digestivo diário. Eles oferecem propriedades terapêuticas com baixa ou nenhuma contraindicação.

• Açafrão (cúrcuma): antioxidante e anti-inflamatório natural, protege o estômago contra irritações.
  
  
• Gengibre: melhora a digestão, reduz enjoos, com ação termogênica leve.
  
  
• Manjericão: estimula o apetite, alivia cólicas e auxilia no processo digestivo.
  
  
• Alecrim: tem ação carminativa, combatendo gases e melhorando a função hepática.
  
  

Esses temperos podem ser usados tanto no preparo dos alimentos quanto em infusões de chás naturais.

Chás naturais e seu poder no alívio estomacal

Como funcionam os chás no trato gastrointestinal?

Os chás naturais atuam como agentes fitoterápicos suaves, oferecendo alívio para sintomas como queimação, cólicas, gases e má digestão. 

Muitos deles têm efeito antiespasmódico, analgésico e anti-inflamatório, promovendo relaxamento da musculatura lisa do estômago e do intestino.

Os melhores chás para proteger o estômago

• Camomila: calmante, reduz inflamações, sido indicada para gastrite leve, cólicas e tensão estomacal.
  
  
• Hortelã: contém mentol, que age como relaxante da musculatura gastrointestinal. Ideal para aliviar gases, refluxo e digestão lenta.
  
  
• Erva-doce: reduz a formação de gases e alivia cólicas intestinais. Também tem leve ação hormonal, sendo útil em dores abdominais ligadas ao ciclo menstrual.
  
  
• Gengibre: auxilia na digestão, melhora náuseas e ativa a motilidade gástrica.
  
  
• Boldo: estimula a produção de bile, melhora o funcionamento hepático e combate a sensação de estômago pesado após refeições gordurosas.
  
  

Hábitos alimentares que fortalecem o sistema digestivo

Fracionar as refeições ao longo do dia

Comer pequenas porções em intervalos regulares (a cada 3 horas) previne a sobrecarga do estômago e melhora a eficiência digestiva.

Isso evita a distensão abdominal e reduz a fermentação dos alimentos no intestino.

Evitar longos períodos em jejum

Ficar muitas horas sem se alimentar aumenta a produção de ácido gástrico, o que pode levar a azia, queimação e dor no estômago. 

Manter horários consistentes é essencial para o equilíbrio digestivo.

Preferir alimentos cozidos a frituras

O método de preparo influencia diretamente na digestão. Cozidos no vapor, assados ou refogados com pouco óleo são mais leves e nutritivos do que frituras e alimentos muito gordurosos.

O que evitar para manter o estômago saudável?

Bebidas gaseificadas e excesso de açúcar

Refrigerantes, água com gás e sucos industrializados aumentam produzir gases e o desconforto abdominal. Além disso, o açúcar refinado alimenta bactérias nocivas da flora intestinal, prejudicando o equilíbrio digestivo.

Cafeína e álcool em excesso

Ambos irritam a mucosa gástrica, estimulam a acidez e podem desencadear gastrites, úlceras ou refluxo.

Consumo frequente de alimentos ultraprocessados

Alimentos prontos, ricos em conservantes, corantes e aditivos químicos, sobrecarregam o fígado e o estômago. Opte sempre por preparações frescas e caseiras.

Estratégias para incluir chás e alimentos saudáveis na rotina

Sugestões de combinações funcionais

• Café da manhã: iogurte natural com chia e banana + chá de gengibre
  
  
• Almoço: salada verde com azeite de oliva, arroz integral e frango grelhado + chá de hortelã
  
  
• Lanche da tarde: mix de castanhas e frutas secas + chá de camomila
  
  
• Jantar: sopa de legumes com batata-doce + chá de erva-doce
  
  

Rotina diária ideal para o equilíbrio intestinal

• Estabeleça horários fixos para as refeições;
  
  
• Coma sem distrações (evite TV e celular);
  
  
• Mastigue devagar e com atenção;
  
  
• Beba ao menos 2 litros de água por dia;
  
  
• Evite refeições tardiamente à noite.

Caminhos naturais para uma digestão mais leve

Prevenir a dor no estômago e manter o sistema digestivo saudável não precisa ser uma tarefa difícil. Com uma alimentação consciente, rica em alimentos naturais e o uso regular de chás naturais, é possível conquistar mais bem-estar, leveza e saúde intestinal. Incorporar esses hábitos ao dia a dia é investir na sua qualidade de vida — começando pelas escolhas simples no prato e na xícara.