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Justiça determina a transferência do elefante Sandro para o SEB

Conforme apontado na decisão judicial, o Zoológico Municipal não oferece condições adequadas para o mamífero

25 de Abril de 2025 às 09:27
Sandro segue no Quinzinho de Barros até decisão final sobre sua transferência
O prazo determinado para a mudança é de 45 dias (Crédito: DIVULGAÇÃO/SECOM)

** matéria atualizada às 22h56

A Justiça determinou na quarta-feira (23) a transferência do elefante Sandro, que vive no Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros há 43 anos, para o Santuário dos Elefantes Brasil (SEB), localizado na Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso. A decisão é do juiz Alexandre de Mello Guerra, com prazo determinado para a mudança de 45 dias.

De acordo com o processo judicial, o recinto do zoo, em Sorocaba, não oferece condições adequadas para Sandro, que tem 53 anos. Além da limitação de espaço, a petição inicial destaca que o elefante está sem a companhia de outro animal da mesma espécie desde novembro de 2020, quando a fêmea Haisa faleceu. Desta forma, a condição de isolamento, aliada à exposição contínua a visitantes, pode comprometer o seu bem-estar.

Ainda conforme a decisão judicial, o Santuário dos Elefantes oferece uma estrutura mais compatível com as necessidades de Sandro, dispondo de um espaço mais amplo, ausência de contato com o público, manejo especializado e possibilidade de convivência adequada com outros animais de sua espécie.

A transferência, com todos os requisitos solicitados pela Justiça, deve ser providenciada pela Prefeitura de Sorocaba. Entre os critérios, está o acompanhamento de um veterinário com experiência em grandes mamíferos, além de rota sem interrupções. Em caso de descumprimento, uma multa diária de R$ 2 mil será aplicada, sendo limitada ao valor de R$ 300 mil.

Ao Cruzeiro do Sul, a Prefeitura de Sorocaba informou que não foi notificada sobre a ordem judicial, no entanto, adianta que deve recorrer, pois entende que o elefante Sandro é bem cuidado no zoo. Além disso, a administração municipal ressalta que a transferência apresenta elevado risco para o animal.

Relembre o caso

O destino de Sandro corre na Justiça desde 2021, quando a população mobilizou uma campanha nas redes sociais solicitando a sua transferência. A necessidade pela mudança surgiu após a morte de sua companheira, a fêmea asiática Haisa, em 18 de novembro de 2020. Na época, as pessoas alegavam que, com a ausência da parceira, o animal poderia sofrer de solidão.

No mesmo período, o promotor do Ministério Público do Estado de São Paulo em Sorocaba, Jorge Alberto de Oliveira Marum, emitiu uma recomendação apoiando a transferência de Sandro para o santuário.

A princípio, a Prefeitura estudava enviar o animal para outro zoológico no Rio de Janeiro. Porém, em fevereiro de 2022, o Ministério Público fez recomendações à Prefeitura para enviar o animal ao SEB. O documento ressaltava que a transferência seria realizada da melhor forma possível, por especialistas e membros do santuário.

Contudo, a recomendação foi negada pela Justiça. A decisão, tomada pelo juiz Alexandre Dartanhan de Mello, afirmava que a transferência imediata causaria mais danos ao animal. “Não há nos autos notícia de que o animal sofre de maus-tratos, fome, sede, deficiência de cuidados e medicamentos necessários”, destaca.

O MP recorreu da decisão, argumentando que “há risco de o animal adoecer por força da situação que vivencia, solitário que está, de modo que há necessidade de tomada de providências a fim de garantir sua plena qualidade de vida”.