A trágica morte de uma menina de 3 anos, em Salto, no dia 2 de abril, reacendeu o alerta sobre a necessidade de manter armas de fogo fora do alcance de crianças e adolescentes. O caso foi registrado como morte suspeita.

O disparo teria ocorrido no dormitório da casa onde estavam guardadas duas armas de fogo, ambas municiadas, pertencentes ao avô da vítima, um agente da Guarda Civil Municipal (GCM). A fatalidade gerou comoção na cidade.

Cuidados ao guardar a arma e munição são fundamentais. O delegado Acácio Aparecido Leite, do 8º Distrito Policial de Sorocaba, observa que a arma deve estar descarregada, fora do alcance de crianças e guardada em local seguro. Segundo ele, as regras variam conforme o perfil do proprietário da arma.

Para os colecionadores, atiradores e caçadores (CACs), a legislação é clara: o armamento deve estar desmuniciado, guardado no case (estojo) e sem condições de pronto uso. “Já o agente público, além disso, precisa deixar o armamento em local seguro, porém em condições de acesso rápido e pronto emprego, por conta da profissão”, explica Acácio. “Imagine a situação de um agente ver algo acontecendo do lado de fora de sua casa e precisar fazer todo o procedimento até deixar a arma em condições de uso. Por isso, a melhor orientação é a vigilância e o cuidado sempre.”

A recomendação legal para CACs é que arma e munição sejam guardadas separadamente. Para policiais e agentes de segurança, a prioridade é garantir que o armamento esteja seguro, mas acessível, considerando a natureza da função.

“Para o CAC, sim, é obrigatório manter a arma descarregada e separada da munição. O policial, por outro lado, deve mantê-la sempre em condições de segurança”, detalha o delegado.

Onde guardar?

Sobre o local mais seguro da casa para guardar uma arma, especialmente em residências com crianças, o delegado reforça: “Um local onde elas não tenham acesso. Mas a instrução a elas desde pequenas também ajuda muito. Criança é curiosa por natureza. Tem que saber administrar isso também”.

O delegado lembra que, mesmo com legislação e regras de armazenamento, o fator humano e a rotina de quem convive com o armamento são determinantes para evitar tragédias como a ocorrida em Salto. (João Frizo - programa de estágio)