Benê Gomes
Citroën C3 evolui e quer ser popular
Houve mudanças positivas, porém o preço de carro superior pode atrapalhar

O novo Citroën C3 não tem nada a ver com a geração anterior. Ganhou nova plataforma e, diferente de outros tempos, tenta ser atraente com atributos mais associados aos carros populares, como uma prometida robustez. No visual, tem porte altinho -- 1,60 m de altura -- molduras de plástico nas caixas de rodas, linhas mais quadradas na lateral e para-choques um pouco volumosos. Na frente, parece uma versão reduzida do C4 Cactus, com iluminação dividida em duas peças: faróis halógenos embaixo no para-choque e o DRL mais estreito na parte superior.
O espaço interno é bom graças ao entre-eixos de 2,54 metros, número na média dos compactos, e leva bem quatro pessoas. Como o teto é alto e quadrado, facilita a vida de quem se senta atrás, mas tem espaço limitado para um terceiro passageiro no meio. Tem um bom porta-malas de 315 litros de capacidade e com abertura elétrica. Agora, é dentro que dá pra perceber um clima mais popular, porque, mesmo com um painel provocativo e jovial, com direito a texturas e tom azul fazendo um bom contraste com tons pretos, todo o acabamento é de plástico. Não há nada de superfície macia ao toque, nem nos painéis de portas ou no apoio de braço do motorista.
Não disfarça também a economia com alguns itens, como o comando elétrico dos vidros traseiros e seus dois botões instalados na parte traseira do console central, esta uma solução um tanto antiga. A simplicidade continua com o painel de instrumentos sem conta-giros e que carrega um clássico pino no lado direito para o motorista trocar as poucas páginas do computador de bordo. Os bancos têm desenho moderno também, mas os assentos são curtos e um tanto moles, e os encostos não apoiam muito bem.
Para não ficar só na crítica, dá para elogiar a dose de conectividade do C3. A partir da segunda versão, a Live Pack 1.0, já é equipado com o Citroën Connect e sua tela multimídia de 10” com comandos por toque, espelhamento de smartphone sem uso de cabo, e três entradas USB de carga rápida. Já em questão de segurança, oferece praticamente o básico: apenas os dois airbags e os freios com ABS exigidos por lei, mais controles eletrônicos de estabilidade e tração, e assistente de partida em rampa.
Motor Firefly
Nesta nova geração, o C3 passou a contar com uma opção de motor 1.0 flex aspirado, o bom Firefly da Fiat. Entrega 75 cavalos de potência e torque de 10,7 Kgfm, e é sempre equipado com a transmissão manual de cinco marchas. A outra opção é um velho conhecido da marca francesa, o 1.6 flex de 120 cv e 15,7 Kgfm de torque. Assim, para quem anda com a versão Feel Pack, como foi o meu caso, experimenta um carro novo com motor antigo. O resultado é bom, mas sem expectativas de agilidade ou muita economia de combustível. Tem bom acerto com a transmissão automática de seis marchas, é eficiente no trânsito urbano e embala fácil na estrada, mantendo, sem muito esforço, os números prometidos de consumo. Pelos parâmetros do Inmetro e com gasolina, garante médias de 10,3 Km/l na cidade e 12,4 Km/l na estrada.
Com essas características, o novo C3 não falha com a oferta de espaço, rodar seguro e boa disposição para acelerar. É uma boa opção frente aos pequenos Fiat Mobi e Renault Kwid, pontualmente, por causa do preço inicial e a indiscutível melhor oferta de espaço. No entanto, se a referência for uma das versões superiores do C3, esqueça a intenção popular, porque tem preço de carro superior. Uma condição que o deixa em situação difícil frente aos tradicionais hatchs compactos da concorrência.
Preços Citroën C3
1.0 Live Manual: R$ 68.990
1.6 Feel Pack 1.6 AT: R$ 93.990
Galeria
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