Os jogos na alfabetização em tempos de pandemia
Artigo escrito por Fabiele Lauren dos Santos Oliveira e Profa. Denise Lemos Gomes Luz
Uma das ferramentas que são usadas de forma pedagógica na alfabetização são os jogos, com os quais as crianças se identificam por fazerem parte da natureza infantil. Eles, se bem planejados, contextualizados, aplicados e avaliados, podem render bons resultados, pois são atividades em que os estudantes se sentem à vontade para participar e interagir, estabelecendo conexões internas e externas.
Os discentes, ao mesmo tempo que jogam, vão percebendo como se agrupam as letras em uma palavra, percebem sozinhos detalhes e fazem questionamentos para construção do aprendizado, com provocações significativas dos(as) docentes.
Além do planejamento, a explicação é necessária e deve ser clara, para que os discentes compreendam como será a dinâmica do jogo e para que desperte a vontade de jogar, sem ser algo imposto, mas sim prazeroso.
A avaliação da aplicação do jogo é feita durante e ao final do processo, podendo perceber se o objetivo foi atingido e como as crianças interagiram, se foi positivo, se todos permaneceram ativos, além de refletir como dar continuidade à aprendizagem.
O(a) alfabetizador(a) terá que criar ou pesquisar um jogo já existente e adequá-lo à sua turma, pensando, por exemplo, no tempo, espaço e até mesmo em pontos de dificuldades.
O momento da pandemia demanda maior atenção a esse aspecto, afinal, como o jogo pode ocorrer estando a distância? Se houver diálogo claro, organização da proposta e principalmente o apoio dos pais, os jogos podem continuar sendo auxiliadores da alfabetização, talvez se puderem encará-lo como um recurso extremamente eficaz, pois os(as) docentes, além de trabalhar os jogos em algumas aulas, também podem indicar aos responsáveis dinâmicas que contenha o objetivo de desenvolvimento, assim, as crianças se divertem enquanto aprendem de forma leve e ativa. Os jogos indicados podem auxiliar no momento; além de serem didáticos, eles também podem ser encarados como um momento de lazer e diversão em família.
Os jogos proporcionam, com a intervenção adequada do educador, um aprendizado criativo e ativo, algo discutido nos dias atuais, que é o de formar alunos pensantes e com autonomia. Além disso, auxiliam no desenvolvimento de aspectos como: cognitivo, motor, afetivo, da linguagem, memória, pensamento abstrato entre outros relevantes.
Tal estratégia pedagógica passou a ser mais difícil de ser trabalhada por não estarmos presencialmente nas salas de aula, porém, se o(a) professor(a) tem domínio e as crianças já estão familiarizadas, e principalmente se funciona com a turma, é possível pensar e planejar algum jogo para trabalhar na aula virtual.
Tratando-se de jogos virtuais ou manuais, o(a) docente deve vivenciá-lo primeiro, para, em seguida, propor aos estudantes, pois todo processo de aprendizagem precisa ter intencionalidade.
Fabiele Lauren dos Santos Oliveira, aluna do curso de Pedagogia da Uniso
Professora Denise Lemos Gomes Luz ([email protected]) é doutora em Educação, supervisora de Ensino do Estado de São Paulo aposentada, coordenadora do curso de Pedagogia da Uniso