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Segurança

Óbitos de policiais militares em serviço avançam 133%

Número de pessoas mortas por PMs também aumentou desde 2022

04 de Abril de 2025 às 23:01
Utilização de câmeras portáteis por policiais militares no trabalho gera discussão
Utilização de câmeras portáteis por policiais militares no trabalho gera discussão (Crédito: DIVULGAÇÃO / GOV. SP)

Mais policiais também têm morrido em serviço, segundo a pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgada ontem. Os dados coletados da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) e do Ministério Público mostram aumento de 133% nos óbitos desde 2022.

Conforme o relatório, foram 14 PMs mortos em serviço em 2024, ante 6 em 2022. Houve aumento também na letalidade por agentes de segurança. A recorrência de confrontos e a letalidade policial maior, dizem especialistas, não necessariamente leva ao combate mais eficaz ao crime organizado. Esse cenário pode resultar, na verdade, em risco maior para comunidades dominadas por facções e para os próprios PMs.

“Os policiais não estão utilizando (as câmeras corporais); não existem sanções aos que não utilizam”, destaca Samira Bueno, do Fórum. Para a especialista, quando o agente tem a preocupação de seguir o protocolo, porque está usando a câmera, ele se protege mais. “Ele mata a menos e ele morre menos”, afirma.

Além da flexibilização das câmeras, o relatório produzido pelo Fórum mostra que, entre 2022 e 2024, houve redução em medidas de controle de força policial. Isso, conforme os pesquisadores, também afeta a conduta dos agentes, os colocando em risco.

O número de pessoas mortas por policiais militares em serviço cresceu 61% de 2022 para 2024 em São Paulo, conforme pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e encomendada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). No mesmo período, a letalidade dos batalhões em que os agentes usam câmeras corporais nas fardas foi maior (175%) do que nas unidades em que a tecnologia não foi adotada (129%).

A proporção maior de aumento nos batalhões que usam as body cams, diz o Fórum, reforça que apenas a adoção do equipamento não é suficiente. A medida exige também acompanhamento dos protocolos, compartilhamento das imagens com a Justiça e punições para os agentes que descumpram o uso da câmera. (Estadão Conteúdo)