Niemeyer
Copan é retratado em documentário

Uma das construções mais imponentes de São Paulo agora vai para as telas de cinema. Símbolo da arquitetura moderna brasileira concebido por Oscar Niemeyer, o Copan visto sob o olhar da diretora Carine Wallauer é uma entidade complexa e viva.
Em seu filme documental “Copan”, que estreou mundialmente no Festival Internacional de Documentários de Copenhague, na Dinamarca, e que está na programação do festival “É Tudo Verdade 2025”, ela retrata a vida no edifício em meio a um dos momentos políticos mais conturbados dos últimos anos, as eleições presidenciais de 2022, ecoando-o em outro mais particular para os moradores do prédio: as eleições para síndico.
Relação afetiva com o Copan
Nascida em Novo Hamburgo, RS, Carine tem uma relação bem pessoal com o Copan, e foi isso que a inspirou a fazer o documentário, seu primeiro longa-metragem como diretora. Moradora do prédio por sete anos, ela encontrou ali os primeiros laços afetivos ao se mudar para São Paulo, e assim surgiu uma relação muito próxima que a inspirou como artista.
“No começo, entrevistei todos os personagens, mas nunca foi o meu objetivo utilizar as entrevistas. É muito difícil escolher, dentre 5 mil pessoas, quem você vai eleger para representar esse prédio. Então, mais do que escolher 10 entre 5 mil, eu quis dar uma sensação de como é o Copan, mostrar esse magnetismo, o que corre nas veias desse lugar. É um filme muito mais sobre um efeito subjetivo que o Copan exerce na gente”, justifica.
“Pensar que os trabalhadores do Copan vão estar na estreia com suas famílias me emociona, vai ser muito especial. Quero muito viver esse momento com eles. O Copan é um marco para a cidade de São Paulo e qualquer coisa feita sobre ele vai sempre gerar algum tipo de repercussão, e espero que seja positiva no caso do filme”, finaliza a diretora.
Falando diretamente de Copenhague, onde participou de sessões de exibição e perguntas e respostas sobre o filme, Wallauer se prepara para o lançamento de “Copan” no É Tudo Verdade 2025, que acontece no Rio de Janeiro e em São Paulo até o dia 13 deste mês. Para ela, a grande expectativa é ver o filme chegar até as pessoas retratadas no documentário, e impactar sobretudo quem se sente afetado pela imponente construção.
Em São Paulo o filme será exibido no próximo dia 8, às 20h30, no CineSesc (rua Augusta, 2.075) e no dia 9, às 17h, na Cinemateca Brasileira, no largo Senador Raul Cardoso, 207 - Vila Mariana. (Estadão Conteúdo)