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Editorial

Mais 60 dias e o preço baixa

26 de Março de 2025 às 21:30
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Enfim uma notícia boa que vem do governo federal. “Os preços dos alimentos devem baixar já nos próximos 60 dias, graças às medidas que vêm sendo adotadas.” A afirmação foi feita na terça-feira (25) pela ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Simone Tebet, ao programa Bom Dia, Ministra, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), pertencente ao próprio governo.

De acordo com Tebet, a alta de preços se deve a fatores como mudanças climáticas e quebras de safra, inclusive em outros países produtores.

A notícia de que os preços irão baixar traz esperança. Ontem, por exemplo, em um mercado de Votorantim o quilo do tomate custava R$ 14,99. No dia anterior, o mesmo produto era vendido a R$ 9,99 o quilo. De um dia para o outro, o preço explodiu e a qualidade piorou.

O ovo também continuava caro ontem, com a dúzia custando até R$ 33, sem contar o valor da chamada comida básica: feijão (1kg) a quase R$ 10; arroz (5kg), próximo de R$ 30. O preço de um pacote de café (500g), também assusta. Sem pesquisar, não dá para comprar nada.

Então, a afirmação de Simone Tebet vem como uma luz no fim do túnel e o foco agora é o dia 25 de junho para ver se o preço vai mesmo baixar ou se foi uma promessa impossível de ser cumprida. Não com a intenção de jogar água fria nas expectativas da representante do governo, é necessário lembrar que o Banco Central sinalizou, na terça-feira (25), previsão de novo aumento na taxa Selic, marcada para o início de maio. Essa estimativa é justificada pela continuidade do cenário considerado adverso para a inflação, além da elevada incerteza e das defasagens do ciclo de aperto monetário. A avaliação está na ata do Comitê de Política Monetária, que lembra que na semana passada, o Copom elevou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano.

Pois é, vem mais uma elevação na taxa de juros, com irreversível reflexo nos preços da comida.

Para Simone Tebet, “os alimentos que mais subiram são aqueles produtos que são mais caros para o coração ou para o paladar do povo brasileiro, que é o ovo, o café. Mas na safra do ano que vem teremos alívio. O agronegócio brasileiro este ano vem muito forte e dará, inclusive, sustentabilidade ao nosso PIB. Ouso dizer que vamos crescer acima das projeções que nós mesmos estamos fazendo, porque teremos uma safra muito forte que vai ajudar no crescimento, na geração de emprego e renda e no barateamento dos alimentos”, argumentou a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão de Lula.

Segundo a ministra, o governo tem adotado “as medidas certas, na medida certa”, para, no futuro, conseguir baixar o preço dos alimentos.

“Seria muito perigoso segurar o preço agora para, depois de seis meses ou um ano, o preço explodir”, complementou ao garantir que “em 60 dias, os preços começam a cair no supermercado”, disse a ministra. Entre as medidas elogiadas por Simone Tebet estão algumas implementadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, visando a desburocratização de regras de comercialização de alguns produtos, como ovo, entre diferentes unidades federativas, sem a necessidade de um selo nacional. Bastaria, segundo a ministra, a apresentação, por exemplo, de um selo local.

Para a ministra, os Estados podem e devem colaborar para viabilizar uma queda no preço dos alimentos. “Alguns Estados não têm isenção de imposto do ICMS na cesta básica. Tudo bem que não possa fazer pelo ano inteiro, porque isso impacta nas contas deles. Mas nada impede de darem [por um período específico] essa isenção, apertando o cinto. É o que a gente faz, aqui, com os gastos públicos. Com ajustes, cortes de supérfluos, combate a erros e fraudes. É conter do lado que não precisa, para ter do lado que precisa”, acrescentou.

A representante do governo federal disse, ainda, que o momento atual exige coragem para que sejam cortados gastos com políticas públicas ineficientes e que é preciso equilibrar as contas públicas para viabilizar programas que possam melhorar a vida dos brasileiros. Essa visão, no entanto, precisa encontrar sintonia no Planalto para ser colocada em prática o mais rápido possível, uma vez que o brasileiro não suportaria pagar preços ainda mais caros na hora de comprar comida. As avaliações negativas do governo Lula atestam essa opinião popular. Agora, só resta esperar mais 60 dias.