Sorocaba
Preços de produtos em supermercados podem variar até 200%
Dica para o consumidor é fazer pesquisas em diferentes estabelecimentos antes de sair às compras
Um estudo realizado nos dias 8 e 9 de janeiro, pelo Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas (CSA) da Universidade de Sorocaba (Uniso), encontrou variação de até 200% nos preços de um mesmo produto vendido em diferentes estabelecimentos. A pesquisa considerou seis supermercados de Sorocaba que fazem vendas on-line, além da loja física. Devido a grande variação de valores de um mesmo produto, a recomendação do especialista ouvido pela reportagem é que o consumidor aja como um “pesquisador de preços” antes de ir às compras para economizar mais.
Em primeiro lugar na lista, o cará lidera com a maior variação percentual, com uma diferença de R$ 10 entre o preço mais baixo e o mais alto. No entanto, o quilo do coxão duro, apesar de apresentar uma variação percentual menor -- de 67% -- registrou a maior diferença absoluta no preço real. Na pesquisa, o produto foi identificado com valores de R$ 58,28 e R$ 34,99 -- o que significa uma diferença de R$ 23,99, que impacta mais significativamente no orçamento do consumidor.
O quilo da salsicha Sadia também oscilou bastante: 177%. O menor preço encontrado foi R$ 11,49 e o maior R$ 31,80 -- uma discrepância de R$ 20,31. A linguiça fresca da Seara foi registrada com uma diferença de R$ 14,42 (86%). Os preços encontrados (maior e menor) foram R$ 31,27 e R$ 16,85.
A linguiça da Perdigão, por outro lado, apresentou menor variação percentual: 80%. R$ 35,90 foi o preço mais alto e R$ 19,98 o mais baixo, havendo diferença real de R$ 15,92. Além de alimentos, a pesquisa também incluiu produtos como sabão em pó (marca Surf), creme dental (Sorriso) e absorvente (Sym). Na comparação, os três apresentaram, respctivamente, uma diferença percentual de: 101%, 87% e 69%.
É normal
O professor e economista, Marcos Antônio Canhada, membro da equipe técnica realizadora da pesquisa, explica que a diferença de preços entre produtos é normal devido à concorrência de mercado. Elas acontecem por diversos motivos, que podem ser desde a quantidade do produto em estoque e o preço pelo qual ele foi adquirido até as necessidades específicas de cada ofertante que busca maximizar seus resultados.
“O consumidor, por seu lado, precisa entender estes movimentos e agir como pesquisador de preços, procurando no mercado as melhores condições para satisfazer suas necessidades”, aconselhou. “O comparativo de preços, elaborado pelo Laboratório de CSA da Uniso, é feito de forma a apresentar à sociedade as variações e, assim, servir de instrumento de apoio nas compras”, disse.
Você compara preços?
O Cruzeiro do Sul foi até dois mercados diferentes de Sorocaba para saber se a pesquisa pelos preços faz parte da rotina de compras dos consumidores. A aposentada, Maria da Soledade Fogati, de 77 anos, disse que prefere ir sempre ao mesmo mercado e ficar de olho nas ofertas. “Mercado é assim: às vezes tem uma coisa barata aqui e lá no outro está caro e vice-versa. Então, não adianta ficar correndo de mercado em mercado só gastando gasolina”, opinou.
A também aposentada, Viviane Pinho, de 62 anos, pesquisa os preços primeiro nos sites e aplicativos dos supermercados, mas concorda com dona Maria que é difícil ir de mercado em mercado. “Eu vejo só as coisas que eu mais compro que são azeite, leite, manteiga, legumes, frutas e verdura. Tem muita variação de preço realmente. Mas, também tem que ter disponibilidade, um carro, para comprar algumas coisas em um mercado e outras coisas em outro”, reconheceu. (Luís Pio - programa de estágio)
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