Copa do Mundo
Açougueiros de Sorocaba conquistam título de melhor corte bovino na França

A equipe brasileira “The real butchers team” ou “O verdadeiro time de açougueiros” em língua portuguesa, com quatro integrantes de Sorocaba, competiu e ganhou na categoria melhor corte bovino, em Paris na França, no World Butchers’ Challenge, considerada a Copa do Mundo dos Açougueiros.
Este ano a competição reuniu equipes de 16 países, incluindo Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e França. A equipe brasileira mostrou suas habilidades em cortes, criatividade e apresentação de carnes bovina, suína, ovina e de frango.
No desafio, que durou 3h30, os times transformaram as peças inteiras de carne em uma vitrine de produtos prontos para venda, usando técnicas e inovações gastronômicas.
A equipe brasileira criada em 2017 reúne 12 profissionais e conta com três integrantes de Sorocaba: José Eduardo Reis Dias, Wellington Rodrigo Cesar Camargo e José Elder Reis Dias. O treinador do time, Alder Genezzi Lopes, também é da cidade. Os demais participantes, além da capital paulista, são de diferentes regiões do País, como Paraná, Sergipe, Rio Grande do Sul e Ceará.
“O intuito do time é tirar a imagem ruim que o açougue tem. Somos profissionais, artistas, fazemos arte com as carnes que temos. Vim de família de açougue, isso passa no meu sangue”, comenta Alder, que falou sobre os meses de preparação. “Tivemos apoio de um frigorifico na capital, que disponibilizava as carnes para treinarmos. Passávamos horas treinando cada etapa do preparo dos nossos pratos — rapidez, cortes precisos, tempo de cozimento — e tudo isso para garantir o premio”.
A equipe lembra das dificuldades para apresentar, o envio dos ingredientes para produzir cada prato e a corrida contra o tempo. “Nosso estande quebrou logo antes de começar o júri, tanto que tivermos que colocar o painel apresentando a ideia central dos pratos e das mesas como um tapete. Mas como estávamos muito unidos, passamos por isso”, diz Alder.
Alder comenta que há falta de interesse na profissão de açougueiro, e que a visibilidade mundial auxilia no objetivo de valorizá-la. Agora com a conquista, o time quer trazer outros métodos para o Brasil. “Vemos muita informalidade, cursos que não tratam nossa profissão com seriedade. Pessoas que gostam deste mundo, mas que acabam não encontrando o ensino adequado”, avalia.
Ana Sentelhas - programa de estágio