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Temporada de concertos

Orquestra Sinfônica de Sorocaba abre as cortinas ao público

Estreia faz homenagem a Chiquinha Gonzaga, maestra brasileira, cujas inspiradoras obras e história chegarão aos ouvidos do público por meio da música

15 de Março de 2025 às 21:18
Maestro Eduardo Pereira:
Maestro Eduardo Pereira: "Hoje, a importância da orquestra é desmitificar a ideia de que música clássica é para poucos" (Crédito: THAÍS VERDERAMIS)

As cortinas estão abertas! A Fundação de Desenvolvimento Cultural de Sorocaba (Fundec) iniciou a temporada de concertos da Orquestra Sinfônica, no antigo Teatro São Rafael. O repertório de estreia faz uma homenagem a Chiquinha Gonzaga, maestra brasileira, cujas inspiradoras obras e história chegarão aos ouvidos do público por meio da música.

Durante o ano, serão 32 apresentações, divididas em quatro séries. A primeira delas homenageia a violinista, poeta e professora Maria Aparecida de Moraes Levy, que ocupou o cargo de spalla (posição de maior liderança na hierarquia orquestral) por 37 anos, na Orquestra de Sorocaba.

Nesta série, as luzes se voltam para o protagonismo feminino. Chiquinha Gonzaga, carioca, precisou escolher entre a música e a família. Após fazer sua opção, se tornou compositora, pianista e a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Além das homenagens, a Sala da Fundec também será palco para musicistas brasileiros conhecidos internacionalmente, como Cinthia Alireti (maestra), Priscila Rato (spalla), Marcelo Jardim (maestro), Gabriel Marin (solista), Ellen Hummel (solista) e Bruno da Silva Ghirardi (solista), entre outros.

No segundo momento, o violinista e um dos fundadores da orquestra no momento em que se tornou municipal William Fabri, dará início à música tradicional de concerto. Em contrapartida, a terceira série, conduzida por Benedito Camargo, dará espaço a concertos mais versáteis, com espetáculos e shows. Por último, o projeto intitulado “Sinfônica para Todos” leva às escolas públicas de bairros - em situação de vulnerabilidade social e instituições filantrópicas - até a Fundec, para que possam vivenciar o primeiro contato com a orquestra.

A orquestra

As apresentações ao longo do ano tornam a orquestra mais acessível à população. Como explica o maestro da Orquestra Sinfônica de Sorocaba, Eduardo Pereira: “Hoje, a importância da orquestra é desmitificar a ideia de que a música de concerto é algo para poucos, uma música elitizada. A Orquestra Sinfônica de Sorocaba mostra o contrário.”

Os músicos percebem os resultados de um trabalho constante através da plateia, como conta o clarinetista Bruno da Silva Ghirardi: “Eu percebo um público bastante fiel, o que me chama bastante a atenção. Sorocaba tem uma tradição de acompanhar o cenário da música erudita, mas também tenho notado um número crescente de jovens no público”.

As atividades sociais e os projetos que tornam a música acessível têm um papel fundamental na vida das pessoas, deixando marcas e um carinho especial, como compartilha a oboísta Ellen Hummel: “É muito gratificante poder retribuir com projetos que me ajudaram tanto na minha educação musical. Além disso, a cidade está se expandindo ao longo dos anos e é ótimo ver que a orquestra segue esse mesmo caminho”.

O público

A sala da Fundec, com todos os assentos ocupados, recebe um público diversificado, desde fãs fiéis que acompanham os concertos regularmente, até famílias que têm como objetivo introduzir a cultura da música na vivência de seus filhos, além de pessoas que chegaram até ali por meio de recomendações e se dispuseram a conhecer algo novo.

A espectadora Mariangela de Togni, 69 anos, psicanalista, acompanha a Orquestra Sinfônica de Sorocaba há muitos anos. “Eu venho a quase todas as apresentações, adoro. A música de concerto é muito importante, e ter uma orquestra sinfônica desse nível em nossa cidade é maravilhoso. Eu acho que deveria até ter uma sala maior para que mais pessoas pudessem assistir”, conta.

Famílias inteiras também apreciam a música, como no caso de Laura Pedrazzi, 39, nutricionista; Felipe Pedrazzi, 42, biólogo; e Guilherme Pedrazzi, 8 anos. Para os pais, a experiência tem grande valor cultural no crescimento do filho. “A música erudita tem uma diversidade enorme de sons, timbres, tamanhos e perspectivas. Isso traz ao Guilherme um conhecimento de mundo diferenciado”, explica Felipe. Após os contatos, Guilherme demonstrou interesse e está cursando iniciação musical.

Os concertos chamam a atenção de todos. Um simples convite pode despertar a curiosidade de novos espectadores, como é o caso de Tom Rodrigues, 33, psicólogo: “Para mim, é muito especial conhecer os músicos da cidade. Acho muito importante que haja espaço e oportunidade para os artistas”, destaca. (Thaís Verderamis)

 

 

 

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