Press Enter and then Control plus Dot for Audio
Sorocaba, Quinta-feira, 17 de Abril de 2025

Buscar no Cruzeiro

Buscar

Saúde pública

Morcegos: Zoonoses faz remoção só em casos de comportamentos atípicos

Orientação é para que o animal não seja tocado, mesmo debilitado ou morto

11 de Abril de 2025 às 22:25
Os morcegos são animais da fauna brasileira e protegidos por lei
Os morcegos são animais da fauna brasileira e protegidos por lei (Crédito: Emídio Marques / JCS)

A Divisão de Controle de Zoonoses e a Guarda Civil Municipal (GCM) não realizam a retirada de morcegos saudáveis de casas ou estabelecimentos. A remoção só ocorre em casos de comportamento atípico, como quando o animal está pendurado em locais baixos, rastejando durante o dia, caído ou morto. As informações são da Secretaria da Saúde (SES). Como alternativa, recomenda-se seguir orientações de prevenção e retirada dos animais de forros, telhados e sótãos.

Os morcegos têm funções muito importantes na natureza. Eles são responsáveis por se alimentar de frutas e, assim, espalhar sementes; polinizam plantas, contribuindo para a manutenção das áreas verdes; e desempenham um papel fundamental no controle populacional de insetos. Além disso, são animais da fauna brasileira nativa e protegidos por lei, ou seja, é proibido maltratar ou matar morcegos.

Em Sorocaba, as espécies mais comuns são os frugívoros (que comem frutas) e os insetívoros (que comem insetos). Já nas áreas rurais da cidade, podem ser encontrados os morcegos hematófagos Desmodus rotundus, que se alimentam de sangue de mamíferos, principalmente bovinos e equinos. Como explica o médico veterinário docente do Centro Universitário Facens, André Costa.

Contudo, se o animal apresentar comportamento incomum, que possa indicar o menor indício de raiva, Costa adverte: “Nunca toque em um morcego, mesmo que esteja no chão, debilitado ou morto. Até mesmo os morcegos insetívoros e frugívoros podem carregar o vírus da raiva. Se a saliva do animal entrar em contato com um pequeno ferimento em nossas mãos, pode nos contaminar. Infelizmente a raiva não tem cura e leva à morte”, explica.

Segundo a Divisão de Controle de Zoonoses, responsável por atuar em casos de doenças infecciosas que podem ser transmitidas de animais para humanos, como a raiva, essa infecção pode ser disseminada por cães, gatos e morcegos. A Secretaria da Saúde (SES) ressalta: “Acontece que, às vezes, a população abre protocolos na central, solicitando a retirada desses animais saudáveis, trabalho que não é feito pelo setor”, explica em nota.

A Prefeitura por meio da Zoonoses ou da GCM, realiza a retirada apenas de morcegos que apresentam comportamento anormal. O atendimento está disponível de segunda a sexta, das 8h às 17h, pelo telefone (15) 3229-733. Após esse horário, ou aos fins de semana e feriados, a GCM atende pelo número 153.

Dicas e prevenção

Para se livrar de moradores indesejados em sótãos, forros ou telhados, sem oferecer riscos às pessoas e sem contato direto com os animais, o médico veterinário Costa dá dicas de prevenção e manejo seguro. “Os morcegos são animais de hábitos noturnos e saem de seus abrigos no início da noite para se alimentar. Sem interferir na rotina dos animais e sem manuseá-los, é possível traçar uma estratégia para que não voltem aos esconderijos, principalmente nos forros e telhados”, explica.

“Todos os orifícios de entrada devem ser fechados ao final da tarde, deixando sempre o maior deles aberto. Ao início da noite, os morcegos sairão de seus abrigos. Neste momento, o maior orifício pode ser fechado e, ao fim da noite, quando os morcegos tentarem retornar para se abrigar, não terão mais acesso ao local habitual e irão procurar outros abrigos”, orienta Costa.

Para resolver a situação de forma definitiva, ele recomenda: “Os moradores da casa podem fechar os orifícios com papel ou espumas expansivas, de forma provisória. Uma vez que não existam mais morcegos no abrigo, um pedreiro pode fechar os orifícios de forma definitiva”.

Outra dica importante é evitar o acesso dos animais às residências. “Procurar sempre fechar os possíveis pontos de entrada nos telhados e forros. Sem acesso a esses locais, os morcegos vão procurar seus abrigos naturais, como encostas, grutas, fendas em rochas, árvores e arbustos”, conclui.