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Operação

PF investiga grupo que escondia cocaína em cargas de alimentos

Mandados são cumpridos em Sorocaba e outras quatro cidades de São Paulo, Paraná e Santa Catarina

20 de Março de 2025 às 12:51
Policiais federais cumprem 14 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão
Policiais federais cumprem 14 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão (Crédito: Divulgação/ Polícia Federal)

A Polícia Federal de Joinville, Santa Catarina, cumpre mandados de busca e apreensão e de prisão, nesta quinta-feira (20), em Sorocaba. A ação faz parte Operação Iceberg que tem o objetivo de desarticular um grupo de traficantes que utilizava a estrutura de empresas de logística para esconder cocaína em cargas de alimentos congelados destinadas à exportação a partir de portos de Santa Catarina. A operação também acontece em Quadra, município do Estado de São Paulo, e nas cidades de Curitiba e Paranaguá, no Paraná, e Itapoá, Garuva e Rio do Sul, em Santa Catarina. 

Os policiais federais cumprem 14 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão, expedidos pela Justiça Federal. A justiça também autorizou o sequestro de veículos, imóveis e o bloqueio e congelamento de contas bancárias vinculadas a 17 pessoas físicas e jurídicas. Entre os investigados estão, além dos aliciadores, operadores financeiros e financiadores das atividades ilegais.

As investigações começaram após a apreensão de três cargas de cocaína nos países africanos da Líbia, Libéria e Serra Leoa, em dezembro de 2022. O entorpecente estava escondido no meio de cargas de frango congelado exportadas a partir do porto de Itapoá, em Santa Catarina, manipuladas por uma empresa de logística de alimentos situada no mesmo estado. 

A PF identificou que um grupo de trabalhadores de uma empresa responsável pelo carregamento de contêineres, com acesso a informações sobre destino de cargas e dados de embarcações, aproveitava a logística para ocultar o entorpecente. Esse grupo também recrutava funcionários de outras empresas de logística de alimentos congelados para viabilizar o tráfico a partir de outros portos, como o de Paranaguá, no Paraná.

O núcleo financeiro do grupo realizava os pagamentos dos envolvidos nos serviços ilícitos por meio de empresas de fachada. A movimentação bancária identificada, incluindo todos os grupos, entre 2022 e 2024, chegou a aproximadamente R$ 450 milhões.

Ainda segundo a PF, a atividade criminosa ocorria sem o conhecimento das empresas exportadoras e importadoras legítimas. As ações do grupo causaram prejuízos milionários, incluindo a interrupção de negócios com países africanos. Além disso, dois representantes de uma empresa importadora da Líbia, sem saber que a carga estava contaminada, foram presos sob acusação de tráfico internacional, enfrentando o risco de prisão perpétua. Eles foram libertados após a Polícia Federal esclarecer os fatos à justiça líbia.