Editorial
Dados consolidados da economia paulista

De cada 10 empresas brasileiras que exportam, entre quatro e cinco ficam no Estado de São Paulo. São 12.865, o que representa 44,6% das 28.847 companhias do País que vendem para o exterior. Os dados, referentes a 2024, aparecem em levantamento da Secretaria Nacional de Comércio Exterior (Secex) e foram compilados pela InvestSP, agência de promoção de investimentos vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo (SDE).
O documento mostra que, em 2024, as exportações paulistas movimentaram US$ 73 bilhões, o equivalente a mais de R$ 420 bilhões, na cotação atual. Já o total de empresas exportadoras cresceu 2% na comparação com 2023, mais que o avanço da média nacional, de 1,1%.
Um dos destaques do levantamento é o fato de que não são apenas as grandes empresas que vendem para o exterior. O Estado de São Paulo tem quase 4,7 mil companhias de micro e pequeno porte, além de microempreendedores individuais (MEIs), que também exportam.
Outra informação importante, que atesta a importância econômica de São Paulo no contexto nacional, vem da Fundação Seade, que mostra que o Produto Interno Bruto (PIB) paulista avançou 3,4% em 2024, na comparação com 2023. No período, apresentaram variação positiva serviços (3,3%) e indústria (2,7%). Em valores correntes, em 2024 o PIB paulista alcançou R$ 3,5 trilhões. No mesmo período do ano anterior, o valor foi de R$ 3,2 trilhões.
Em dezembro de 2024, o PIB paulista cresceu 1,2% em relação a igual mês do ano anterior, com expansão da atividade agropecuária (4,4%) e de serviços (1,9%).
A Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados Estatísticos, mais conhecida como Fundação Seade, é um órgão da Secretaria de Planejamento e Gestão do Governo do Estado de São Paulo. Trata-se de um centro de referência nacional na produção e disseminação de análises e estatísticas socioeconômicas e demográficas. Para isso, ela realiza pesquisas diretas e levantamentos de informações produzidas por outras fontes, compondo um amplo acervo, disponibilizado gratuitamente, que permite a caracterização de diferentes aspectos da realidade socioeconômica do estado, de suas regiões e municípios e de sua evolução histórica.
Uma das consequências desses bons números é que o rendimento domiciliar per capita do Estado de São Paulo aumentou 86% em 10 anos, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em São Paulo, o valor ficou em R$ 2.662 em 2024. Trata-se do segundo maior valor no País, ficando abaixo apenas do Distrito Federal (R$ 3.444). Já o rendimento domiciliar per capita para o Brasil foi de R$ 2.069. A diferença do Estado para o Brasil é de R$ 593, 29% maior.
A pesquisa avalia a soma dos rendimentos mensais de cada morador de um domicílio. O IBGE calcula os valores dos rendimentos domiciliares per capita com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. O rendimento domiciliar per capita é calculado levando em conta o total dos rendimentos domiciliares (nominais) e o total dos moradores. Nesse cálculo, são considerados os rendimentos de trabalho e de outras fontes. Todos os moradores são considerados no cálculo, inclusive os moradores classificados como pensionistas, empregados domésticos e parentes dos empregados domésticos.
Os valores são obtidos a partir dos rendimentos brutos de trabalho e de outras fontes, efetivamente recebidos no mês de referência da pesquisa, acumulando as informações das primeiras visitas da PNAD Contínua feitas no 1º, 2º, 3º e 4º trimestres.
A PNAD Contínua é uma pesquisa domiciliar, amostral, realizada pelo IBGE desde janeiro de 2012, que acompanha as flutuações trimestrais e a evolução da força de trabalho, entre outras informações necessárias para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do País. Já a pesquisa sobre os rendimentos domiciliares per capita é feita desde 2014.
Os números que mostram o desempenho econômico de São Paulo em 2024 estão sendo divulgados ao longo do mês de março, a partir da consolidação dos dados e das análises comparativas.