O prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), foi denunciado ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP), em 17 de março, por racismo, mas o caso foi arquivado. Associações do movimento negro apontaram racismo em um vídeo publicado nas redes sociais de Manga, onde há simulação de pessoas (jovens negros) sendo revistadas por policiais. Na promotoria de Justiça Cível, o MP afirma que o caso foi arquivado, “estando com prazo aberto para eventual recurso”, mas na esfera criminal, ele corre em segredo de justiça.

A denúncia partiu da União de Negros e Negras pela Igualdade (Unegro). Maria Teresa Ferreira, secretária-geral da entidade e autora da representação, diz que a publicação não deveria ter sido feita. A gravação de Manga foi para anunciar a compra de viaturas à Guarda Municipal de Sorocaba (GCM) para o Programa Protege Mulher. Quinze instituições do movimento negro, de Sorocaba e de outras regiões do país, com mais de 80 assinaturas, se uniram para a denúncia junto ao MP, pedindo a retirada do vídeo do ar.

Maria Teresa afirma que, uma vez que o histórico da gestão Manga nas intercorrências judiciais é que nenhuma delas segue em frente, o movimento ainda analisa se leva adiante um pedido para recorrer por conta disso. Em sua visão, as questões técnicas elaboradas nos documentos que confirmam o arquivamento de denúncias por improbidade já deveriam estar implícitas nas queixas que fizeram.

“O MP diz que ele [se referindo ao prefeito] fez a publicação no perfil pessoal dele, mas há uso de viaturas do poder público na postagem”, alerta a secretária da Unegro. “Fora do âmbito da improbidade, ela é criminosa, é racista, fere a Constituição e nada disso o MP olha?”.

A posição da prefeitura é de que “o município foi informado sobre o arquivamento do caso pelo Ministério Público e não tem notícia sobre eventual desdobramento criminal da matéria”.