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Faltam placas de orientação na praia criada pela prefeitura

Prefeitura alega que parque é aberto ao público e para entrar no lago é obrigatório o uso de colete salva-vidas

02 de Abril de 2025 às 22:58
Prainha é anunciada nas redes sociais do prefeito e viraliza: maioria dos comentários é parabenizando o prefeito pela iniciativa
Prainha é anunciada nas redes sociais do prefeito e viraliza: maioria dos comentários é parabenizando o prefeito pela iniciativa (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO)

“Mangaguá”, assim estão chamando, nas redes sociais, o espaço de lazer criado no Parque Porto das Águas, localizado na avenida Quinze de Agosto, em Sorocaba. O cenário faz alusão a uma praia, com areia, um pequeno lago artificial, guarda-sol e coqueiros. No entanto, pessoas se arriscam no lago do parque e, no local, falta segurança pelo menos durante a semana. De acordo com medição oficial feita em 2016, a profundidade do lago é de 26 metros, o equivalente a um prédio de sete a oito andares.

A “prainha” de Sorocaba foi anunciada nas redes sociais do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) e logo viralizou. Com mais de 14,5 mil comentários, a publicação tem manifestações de moradores da cidade e de pessoas que vivem em outras regiões do Brasil. Alguns estão chamando o local de “Praia do Manga” e outros de “Mangaguá”. A maioria dos comentários é parabenizando o prefeito pela iniciativa. Já outras pessoas ressaltam que a água parece suja.

O Cruzeiro do Sul esteve no espaço na tarde do dia 27, uma quinta-feira. O ambiente estava limpo, sem sujeira na areia. Na ocasião, muitas crianças brincavam, ao lado dos responsáveis, no lago criado pela prefeitura. Aparecida Aliaga, 60 anos, é moradora do Jardim Novo Horizonte e foi ao Parque Porto das Águas especialmente para conhecer a praia. Ela aprovou o espaço. “Aqui é muito gostoso, relaxante, vou voltar mais vezes e trazer o marido também”, afirma.

No entanto, a criação da prainha também acende o alerta para afogamentos. No decorrer dos anos, casos de mortes já foram registrados no lago do Parque Porto das Águas. Atualmente, não há informação no parque sobre perigo. Há uma placa no local que pede para os banhistas não ultrapassarem os limites da prainha e que respeitem os limites de profundidade. Contudo, não há placas indicativas no lago sobre a proibição de utilizá-lo ou boias na água para indicar qual é a área permitida. Na ocasião em que o Cruzeiro esteve no local também não havia a presença de salva-vidas e de viaturas da Guarda Civil Municipal (GCM).

Lotado

No domingo (30), o Cruzeiro voltou à Praia do Manga e a situação estava bem diferente à da primeira visita. Foi constatado congestionamento no trânsito na chegada ao parque, com grande número de pessoas presentes, tanto no pequeno lago com areia como ao redor do lago maior. Eram pessoas de todas as idades, desde crianças muito pequenas até idosos e, na maioria dos casos, famílias inteiras que consumiam alimentos trazidos de casa, ou comprados nas barracas de ambulantes, também presentes em grande número que vendiam de tudo, mas principalmente salgadinhos industrializados e bebidas.

Foi comum encontrar famílias e amigos reunidos em torno de pequenas churrasqueiras, assando carnes. No que diz respeito à infraestrutura e segurança, o cenário também estava bastante diferente ao de quinta-feira (27). O Cruzeiro pôde constatar a presença de profissionais salva-vidas, viaturas da GCM e ambulância, enquanto no lago maior havia diversos barcos particulares, a remo e motorizados, assim como os do Poder Público, como os da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae).

Ontem de novo

Pela terceira vez em uma semana, o Cruzeiro esteve na Praia do Manga. Na tarde de ontem (2), cerca de 50 pessoas aproveitavam o novo espaço de lazer. Também havia alguns vendedores ambulantes e até mesmo pessoas em situação de rua. Placas apenas uma se referindo ao passeio aquático permitido com canoa, caiaque e stand up e outra dando as boas-vindas e indicando que era proibido ultrapassar um determinado trecho e ainda avisando da obrigatoriedade de usar o colete salva-vidas.

Afogamentos

Casos de afogamentos já foram registrados no Porto das Águas. Em setembro de 2020, por exemplo, um jovem de 18 anos morreu afogado no local. Em janeiro de 2022, um paulistano, de 30 anos, entrou no lago e também não resistiu. Equipes do Corpo de Bombeiros encontraram o corpo um dia depois.

Em março do mesmo ano, o corpo de um homem de 46 anos, que estava desaparecido no lago, foi encontrado. Na época, familiares relataram que ele estava alcoolizado, pescava e teria feito aposta para atravessar o lago com um desconhecido. Prestes a concluir a travessia, afundou.

Em fevereiro de 2024, mais um caso de morte no lago. Na época, a prefeitura informou que o local possuía sinalização sobre a proibição de nadar e alerta para o risco de afogamento. Ainda conforme a pasta, é fundamental que a população se conscientize e cumpra as determinações e, de maneira alguma, entre no lago, se colocando espontaneamente em situação de risco.

O que diz a prefeitura?

Em nota, a Prefeitura de Sorocaba alega que o Parque Porto das Águas é aberto ao público e para entrar no lago é obrigatório o uso de colete salva-vidas. Diz ainda que no local há placas informando as pessoas sobre as condições de uso do espaço e, atualmente, durante o fim de semana, há salva-vidas na área.

Sobre a condição da água, o Saae realizou teste na água do lago para avaliar a qualidade, com retorno positivo. A prainha foi implantada com recursos próprios. Ainda de acordo com a prefeitura, a GCM realiza patrulhamento preventivo diário no Parque Porto das Águas e arredores diante de eventos, sobretudo em fins de semana. (Colaboração: Carlos Lara e Murilo Aguiar)

 

 

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