Mercado
Diretor do Ciesp analisa impactos do tarifaço de Trump

O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o aumento da tarifa de importação de produtos de outros países, mexeu com o mercado mundial. Ele fixou uma alíquota de 10% sobre as importações do Brasil. O diretor regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Erly Domingues de Syllos, avaliou alguns aspectos do chamado tarifaço.
“Na verdade, ainda é muito cedo para um diagnóstico completo, não há muitos detalhes. Por exemplo, quais itens serão taxados, pois provavelmente a alíquota irá variar conforme as características do produto”, diz o empresário. “Nesse momento é preciso calma, refletir e dialogar com o Brasil em sua totalidade. Não olhar somente para essa informação isolada.”
O Brasil, ao lado de outros 15 países, será taxado com uma tarifa de 10%. Em contrapartida, nações que aplicam tarifas consideradas “elevadas” em produtos norte-americanos enfrentarão taxas ainda maiores. Esse será o caso da China, com uma tarifa de 34%, e da União Europeia, com 20%.
“Claro, ninguém quer ser taxado, porém, comparado a outros países, o Brasil recebeu um percentual pequeno. Além disso, se tivermos habilidade política e sabermos negociar, pode ser uma oportunidade para abrirmos mercado com outros países”, aponta o diretor regional do Ciesp. “Europa e Índia, por exemplo, terão uma relação comercial mais difícil com os Estados Unidos. É uma chance de estreitar relações (com o Brasil).”
Erly de Syllos enxerga uma oportunidade de potencializar um vínculo comercial até mesmo com os Estados Unidos. Diante das tarifas elevadas de outras nações, o Brasil pode ganhar vantagem na balança comercial por sua alíquota mínima. “Acredito que toda sacudida no mercado econômico é uma oportunidade de ampliar nossos horizontes. Uma porta se fecha, mas outras podem abrir”, acredita.
Sorocaba
Sorocaba é conhecida por sua vocação industrial, sendo uma das principais cidades do Estado de São Paulo nesse setor da economia. Empresas de grande porte exportam para o mercado internacional. Perante a nova taxação, Erly também vê oportunidades para a cidade.
“O município tem um potencial muito grande para exportação, porém, essa cultura só existe em empresas de grande porte. Talvez, esse momento seja oportuno para que pequenas e médias empresas também entrem para o mercado internacional”, comenta o diretor regional do Ciesp.
Em relação aos impactos para as grandes empresas, ele acredita que não serão grandes, pois os principais importadores de itens produzidos em Sorocaba são países da América Latina, como Argentina e Colômbia.
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