Tratamento
Centro de hidratação atende em média 84 pacientes por dia

Febre e fraqueza no corpo — esses foram os primeiros sintomas que Joaquim Daniel, de 73 anos, sentiu nos últimos dias. Na segunda-feira (7), ele foi até a Unidade Pré-Hospitalar (UPH) Zona Leste, em Sorocaba, e foi diagnosticado com dengue. Essa é a segunda vez que o aposentado contrai a doença. A primeira ocorreu em 2015. Após receber atendimento médico, ele foi encaminhado ao Centro de Hidratação e Monitoramento da Dengue, instalado na Santa Casa de Sorocaba.
“Senti calafrio, estado febril, à noite passei bastante mal. Na madrugada de segunda-feira, desci para ir ao banheiro, escorreguei, caí e não conseguia levantar mais. Liguei para o meu filho e ele me levou à UPH. De lá, fui encaminhado para cá. Amanhã preciso voltar de novo. Eu não queria, mas fazer o quê? O mosquitinho faz um estrago”, descreveu.
O Centro de Hidratação e Monitoramento da Dengue (CHMD) foi implantado em 24 de março e funciona 24 horas para casos suspeitos ou confirmados de dengue com classificação do grupo B, ou seja, com comorbidades como hipertensão, diabetes, asma ou obesidade. Os pacientes devem ser encaminhados pelas unidades de saúde municipais (UPA, UPH, PA ou UBS), não sendo, portanto, uma unidade de porta aberta e com livre demanda. Desde a abertura e até as 15h de ontem (8), 1.341 atendimentos foram realizados no local — uma média de 84 pacientes por dia.
Segundo Fabiana Silva Ferrari, coordenadora de enfermagem do CHMD, o movimento é grande, mas o espaço está suprindo a demanda. “O fluxo de atendimento é grande, mas não tanto quanto achávamos que ia ter. O paciente recebe acompanhamento aqui desde o primeiro dia de sintoma, até o 10º”.
Gabriele Monique Correa, de 24 anos, sentiu os primeiros sintomas na sexta-feira (4): dores de cabeça, dor no corpo, febre e dor atrás dos olhos. Ela procurou atendimento na UPH Zona Leste e foi encaminhada ao centro porque está com a contagem de plaquetas no sangue baixa. “Eu também vi um vizinho meu na UPH ontem (segunda-feira) com dengue. Agora, pretendo não pegar de novo. É horrível a sensação.”
Sintomas
A dengue possui quatro classificações: A, B, C e D. Segundo Thalita Miguel Sanches, médica do CHMD, a dengue tipo A é aquela em que o paciente apresenta sintomas, mas nenhum sinal de alarme e nenhuma comorbidade. A dengue tipo B é caracterizada por um sangramento leve e comorbidades associadas. Já na dengue tipo C, há sangramento e maior risco. Por fim, a dengue tipo D inclui os casos mais graves, que exigem internação.
A profissional explica ainda que os sintomas da dengue incluem febre por pelo menos dois dias, dores de cabeça, no corpo, nas costas e nas articulações. Os pacientes também podem apresentar diarreia, vômitos e o surgimento de manchas vermelhas pelo corpo.
Diante dos primeiros sinais, o ideal é procurar atendimento médico. “Recomendamos que, a partir do início dos sintomas, o paciente procure uma unidade de pronto atendimento, uma unidade hospitalar com porta aberta ou até mesmo um posto de saúde. Para os casos de dengue tipo A, o acompanhamento é feito na UBS. Os profissionais já estão orientados: se houver prova do laço positiva (um exame rápido com o objetivo classificar pacientes com suspeita de dengue em grupos de risco) ou alguma comorbidade, o paciente é encaminhado aqui para o Centro de Hidratação, para fazer o acompanhamento com a gente.”
Thalita Sanches enfatiza, ainda, a importância de manter os cuidados mesmo após a melhora dos sintomas, pois alguns pacientes estão abandonando o tratamento no Centro de Hidratação e Monitoramento. “Tem que continuar com o acompanhamento médico e concluir o tratamento, porque após 48 horas depois da cessação da febre, ficamos preocupados porque pode haver a queda de plaquetas, sangramento e sinais de alarme”, alerta a médica. (V.F.)
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