Após uma queda histórica na taxa de homicídios em fevereiro, apresentando o menor índice em 25 anos, a atenção da Polícia Civil se volta para outros delitos na região de Sorocaba. Entre eles, os crimes cibernéticos e a violência doméstica. De acordo com o delegado assistente do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter-7), Rodrigo Ayres, ambos vêm crescendo e se tornando um fator preocupante para as forças de segurança.

“Do lado dos crimes cibernéticos, estamos investindo cada vez mais em tecnologia. A nossa estratégia é agir nos grupos criminosos que realizam esses golpes, porque normalmente eles não atuam uma única vez”, aponta Ayres. “Existe toda uma cadeia e agem com diversas pessoas.”

Neste cenário, o delegado explica que, assim como em outros delitos, os golpistas também procuram vítimas mais suscetíveis. A tática é conhecida como “custo-benefício”. No caso de furtos e roubos, uma casa com muro baixo será mais atrativa do que uma com cerca e alarme. Já no ambiente digital, o criminoso pode tentar golpes seguidos, até encontrar alguém que caia.

“Tanto que é normal as pessoas conversarem sobre os golpes. Por exemplo, um fala que caiu em tal golpe, o outro responde que já foi vítima também, ou que recebeu uma ligação parecida”, relata Ayres. “E, atualmente, existem diversos tipos de fraudes. Inclusive, os criminosos estão se utilizando da preocupação das pessoas, dizendo que são do banco e identificaram uma transação suspeita. No medo e na preocupação, a vítima fornece senha e outras informações.”

Além de investir em monitoramento e tecnologia, a Polícia Civil promove campanhas de prevenção. Entre os tópicos citados na iniciativa, estão recomendações e orientações para a população, como: não fornecer senhas e verificar dados, seja do boleto ou do Pix, antes do pagamento.

Em relação à violência doméstica, a estratégia adotada pela força de segurança é fortalecer as Delegacias da Defesa da Mulher (DDMs). Conforme Ayres, uma unidade mais equipada garante que os casos sejam prontamente esclarecidos.

“A partir do momento que conseguimos esclarecer, identificar e prender o autor, de alguma forma, diminui o número deste delito. Essa tática é conhecida como prevenção social. É desta forma que procuramos atuar na DDM”, explica o delegado.

Homicídios

Conforme noticiado pelo Cruzeiro do Sul no dia 29 de março, a região de Sorocaba registrou 12 casos de homicídios dolosos em fevereiro. O índice, divulgado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo, é o menor em 25 anos.

Em comparação com o mesmo período do ano passado, a taxa do crime diminuiu cerca de 45%. Já os roubos em geral, que incluem os de carga e banco, passaram de 226 para 193 neste ano, apresentando uma queda de 14,6%.

Segundo o delegado Rodrigo Ayres, o resultado é consequência de um trabalho integrado entre as forças de segurança e demais autoridades. “Para começar, a segurança pública não se faz somente com a polícia, é necessário o apoio de fiscais da Prefeitura, Fazenda Pública do Estado, entre outros. Por exemplo, uma situação que começa com uma briga de vizinhos por um volume alto, pode evoluir para um homicídio”, aponta. Ayres cita os patrulhamentos, operações e fiscalizações realizadas pelas demais forças de segurança, como a Polícia Militar e Guarda Civil Municipal (GCM).

Outro fator para a redução das taxas de homicídios e roubos em geral é a agilidade da polícia. O delegado explica que, quanto mais rápido os agentes atuarem no caso, maiores são as chances de esclarecimento.