É o bicho
Jabuti, tartaruga ou cágado?
A notícia sobre o salvamento de um jabuti ferido no meio dos trilhos de uma ferrovia na Inglaterra, publicada em agosto, aguçou a curiosidade dos estudantes do 5º ano C da E.M. Quinzinho de Barros, em Sorocaba: qual a diferença entre jabuti, tartarugas e cágados? Quem responde à pergunta da turminha da professora Vanessa é a equipe do Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros (PZMQB), mantido pela Secretaria do Meio Ambiente, Proteção e Bem-Estar Animal da Prefeitura de Sorocaba.
Eles são verdes, se movem bem devagar e possuem uma armadura ao redor do corpo. Mas, apesar da semelhança, possuem estilos de vida totalmente diferentes. Os três fazem parte de um grupo com um nome dado pela ciência, chamado de “Testudines” ou “Testudinatas”.
O jabuti vive em terra firme, não tendo nenhuma adaptação para viver na água, preferindo locais abertos e até espaços florestais. São onívoros, ou seja, sua dieta é composta de alimentos de origem vegetal e animal, podendo se alimentar, por exemplo, de carne e frutas. Aqui, no Brasil, possuímos duas espécies: o piranga (Chelonoidis carbonaria) e o tinga (Chelonoidis denticulata). As principais diferenças entre eles são a coloração e o tamanho. O jabuti piranga possui escamas faciais vermelhas, enquanto que o tinga possui uma coloração amarelada na face e, sobre o tamanho, o piranga é um pouco maior que o tinga.
Fora do Brasil, existem outras espécies de Testudines terrestres, como a “peso pesado” tartaruga de Galápagos (Chelonoidis nigra), que é a maior espécie de jabuti do mundo (apesar do nome tartaruga, ela é, sim, um jabuti), podendo chegar a pesar até 400 kg e medir 1,80 metro de comprimento.
Já as tartarugas vivem praticamente toda sua vida na água, exclusivamente em ambientes marinhos. Algumas espécies, como a tartaruga verde (Chelonia mydas), são onívoras durante a infância, se alimentando de plantas e animais, como a água-viva, por exemplo. E, ao realizar a postura de seus ovos, retornam ao mesmo lugar aonde eles, pasmem, nasceram! Esse é um dos grandes mistérios que envolvem esses animais, pois, até hoje, os cientistas quebram a cabeça tentando descobrir como elas identificam exatamente a ilha aonde vieram ao mundo, pela primeira vez, e como elas fazem para voltar lá.
O gigante das tartarugas marinhas é a tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), uma das cinco espécies que ocorrem em nosso País. E o mais interessante é que ela não tem casco! Ela tem, na verdade, uma armadura feita de ossinhos muito pequenos, recobertos por uma camada fina e resistente de pele. Muito legal, não é?
Por fim, o cágado, diferentemente da tartaruga e do jabuti, é um animal que vive boa parte de sua vida na terra e outra parte na água doce. É muito comum vê-los tomando sol em cima de troncos, próximos a lagos de águas rasas, para deixar o corpo deles quentinho, pois, ao contrário dos mamíferos e das aves, eles não conseguem gerar calor em seus corpos por meio da comida, dependendo do ambiente para ficarem mais quentes ou mais fresquinhos.
Temos um cágado muito utilizado como animal de estimação: o tigre d’água de testa vermelha (Trachemys scripta elegans), que é nativo dos Estados Unidos. Esse animal traz certos problemas para a fauna brasileira, pois muitas pessoas querem ter esse animal de estimação e a maioria chega às famílias ainda filhotes. Porém, quando crescem e o espaço na casa começa a ficar limitado, as pessoas soltam essa espécie exótica (isto é, que não é nativa do Brasil) em rios e lagos. Isso causa um problema, porque, como esse animal é exótico, ele não possui predadores naturais, o que faz com que suas populações cresçam bastante e afete os cágados nativos do Brasil, que acabam ficando sem comida e ambiente suficientes. (Da Redação)
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