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Selic

BC sobe taxa básica de juros para 14,25% ao ano

Alta é a quinta seguida e a terceira de 1 ponto porcentual

19 de Março de 2025 às 21:30
Selic passou ao mesmo patamar de agosto de 2016
Selic passou ao mesmo patamar de agosto de 2016 (Crédito: MARCELLO CASAL JR. / ARQUIVO AGÊNCIA BRASIL)

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou a taxa básica de juros (Selic) em um ponto porcentual ontem (19), de 13,25% para 14,25% ao ano — seguindo o plano de voo para conter a inflação sinalizado em dezembro e reforçado na reunião anterior, em janeiro. A decisão foi unânime.

Com a decisão desta quarta, o Copom colocou os juros no mesmo patamar registrado na crise econômica deflagrada no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que sofreu impeachment em agosto de 2016. Trata-se do maior nível nominal dos juros desde outubro de 2016, já com Michel Temer na presidência.

Esta é a quinta alta seguida da Selic, sendo a terceira de um ponto porcentual. A alta de um ponto era esperada por unanimidade tanto entre as 44 instituições ouvidas pelo Projeções Broadcast, quanto entre os participantes do relatório Focus, do BC.

Desde setembro, o BC já aumentou a Selic em 3,75 pontos — o segundo maior ciclo de alta dos últimos 20 anos, empatado com os ciclos finalizados em março de 2005 e abril de 2014 e perdendo apenas para a alta de 11,75 pontos entre março de 2021 e agosto de 2022, que ocorreu após o fim da pandemia.

O comunicado do Copom trouxe as expectativas atualizadas do BC sobre a inflação. A autoridade monetária prevê que o IPCA chegará a 5,1% em 2025 (acima do teto da meta) e 3,9% no acumulado em 12 meses no fim do terceiro trimestre em 2026. Isso porque o Banco Central trabalha com o que chama de “horizonte ampliado”, considerando o cenário para a inflação em até 18 meses.

Juros reais

Com a alta de um ponto na Selic, o Brasil caiu da segunda para a quarta posição no ranking dos maiores juros reais (descontada a inflação) elaborado pelo site MoneYou, com 8,79%. O País fica atrás da Turquia (11,90%), Argentina (9,35%) e Rússia (8,91%), e à frente de Indonésia (6,48%).

O BC calcula que a taxa real neutra de juros do Brasil — que não estimula, nem deprime a economia — é de 5,0%. (Estadão Conteúdo e Agência Brasil)