Contas
Dívida média do sorocabano é de R$ 7 mil

Equilibrar as contas de casa e evitar estourar o orçamento no mês é um desafio para todos os brasileiros. O mais recente Mapa da Inadimplência da Serasa revela que a população de Sorocaba carrega o peso de um dos indicadores econômicos mais indesejados do País: o valor médio das dívidas dos consumidores do município é de R$ 7.033,59. O valor é 10% superior ao do Estado de São Paulo (R$ 6.382,50) e 25% maior que o endividamento brasileiro (R$ 5.617). São 256,3 mil inadimplentes na cidade, que tem população de 723 mil habitantes. A proporção corresponde a cerca de 35%.
A maior parte dessas dívidas são referentes a bancos e a cartões de crédito, além de dívidas comuns de energia elétrica e água, o que acompanha a média paulista e brasileira, de acordo com a Serasa.
O Estado de São Paulo tem 17,4 milhões de negativados, e inadimplência no País ultrapassa a marca de 74 milhões.
A dificuldade em organizar o orçamento nos dois primeiros meses do ano e a falta de diálogo sobre finanças dentro de casa são motivos que levam os consumidores a contrair dívidas e em valores tão altos, segundo Fernando Gambaro, educador financeiro da Serasa. “Os meses de janeiro e fevereiro trazem gastos fixos que pesam de forma extra no orçamento, como IPVA, IPTU, matrícula escolar e outras despesas”, explica.
Segundo o educador financeiro, o valor médio dos devedores sorocabanos chama a atenção. “É preciso que aconteçam renegociações para sair dessa situação. Não existe receita de bolo perfeita”, afirma. “Mesmo com essas dívidas, é possível planejar um futuro melhor.”
Esse tipo de negociação deve ser feita, mesmo que envolva um empréstimo para quitar outro maior. “O que importa são os valores dos juros. Pode ser mais importante e inteligente realizar essa negociação, mas tendo em vista que o pagamento à vista sempre será melhor”, alerta Gambaro. Uma das formas de conseguir encontrar uma saída é renegociar as dívidas. Uma das ações mais recentes da Serasa é o Feirão Serasa Limpa Nome.
Segundo informações da empresa, o feirão disponibilizou 3,2 milhões de ofertas para sorocabanos negociarem suas dívidas. Há quatro anos na Serasa, Gambaro já viveu a experiência de nove edições do evento. “Brasileiros gostam de comprar parcelado. Estudos nossos indicam que 70% das pessoas fazem isso, é assim que elas conseguem realizar seus sonhos”, afirma. Mas manter o controle financeiro é essencial para evitar o endividamento excessivo.
Mapeamento
O primeiro passo é mapear todas as dívidas, listando valores, taxas de juros, credores e prazos de quitação. Em seguida, organizar as despesas é fundamental. Divida seus gastos em essenciais, como moradia, alimentação e transporte; necessários, como internet e plano de saúde; e supérfluos, como lazer e assinaturas de streaming.
De acordo com o educador financeiro, com essa organização, deve-se definir um orçamento mensal para quitar as dívidas e buscar negociações com os credores. Além disso, diz ele, é importante trocar dívidas caras, com juros elevados, por alternativas mais baratas, reduzindo o saldo devedor.
Se houver renda extra, como bônus ou 13º salário, antecipar parcelas pode ser uma boa estratégia, já que muitas instituições financeiras oferecem descontos nesse tipo de pagamento. Por fim, é essencial avaliar os motivos do endividamento e ajustar o planejamento financeiro para evitar novos problemas no futuro. Com organização e disciplina, é possível recuperar a estabilidade financeira, observa Gambaro.
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