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Atividade

Exercícios: remédio para todas as idades

05 de Abril de 2025 às 22:44
Rosangela treina três vezes por semana
Rosangela treina três vezes por semana (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO)

Envelhecer bem é o desejo de muitas pessoas: ter uma vida ativa, com boa saúde mental e, consequentemente, qualidade de vida. Para alcançar esse objetivo, há um ingrediente essencial: a prática regular de atividade física.

Em Sorocaba, uma academia especializada em reabilitação de problemas cardiovasculares acompanha os alunos nesse processo. O local existe há mais de 20 anos e oferece um tratamento não medicamentoso para diversas doenças, principalmente as do coração.

Participam dos treinos alunos que já passaram por um infarto, têm válvula cardíaca trocada ou usam marca-passo. Alguns são hipertensos e diabéticos, e a maioria é encaminhada por médicos — todos com o mesmo objetivo: viver com mais saúde e equilíbrio.

“A clínica hoje abrange todas as pessoas que têm uma dificuldade, que está procurando melhorar a sua qualidade de vida. A gente não busca performance, mas sim o outro lado da moeda. Aqui, cada aluno tem um objetivo já preestabelecido, de acordo com as suas necessidades. Enquanto o tempo vai passando, ele vai evoluindo. De repente, ele até pode ter performance, mas não é o caso. O caso hoje é a qualidade de vida”, explica Marcelo Cortez, educador físico especialista em reabilitação pelo Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas, em São Paulo.

José Maria de Souza é um bom exemplo. O aposentado de 91 anos chegou na academia há três anos com problema de pressão. Durante o tratamento, o cardiologista indicou a atividade física. Hoje, ele sente a diferença na prática. “Antes eu ia na padaria, 100 metros da minha casa, e precisava parar no meio do caminho de cansaço. Depois que comecei a fazer as atividades aqui, aos poucos foi desaparecendo o cansaço, ando bem e faço bem os exercícios. Foi uma melhora muito grande. Tem que começar, porque faz muito bem.”

Já Nicolau Moysés Filho, de 73 anos, frequenta o espaço há três meses. Também foi indicado por um médico depois que trocou a válvula do coração. O aposentado foi diagnosticado com sopro no coração e aos 70 anos chegou a ficar internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Hoje se sente bem e faz academia, também, para obter ainda mais benefícios. “Estou fazendo aqui também porque tenho problemas nas pernas. Um deles é o desgaste dos anéis da lombar, que afetou o ciático. Uso bengala porque já caí quatro vezes. Também preciso emagrecer.”

Corpo em movimento

O corpo não foi feito para ficar parado. O ser humano deve sempre estar em movimento, pois a atividade física é fundamental e traz diversos benefícios: diminui o estresse, regula o sono, melhora o humor. Além disso, ela previne e controla muitas doenças.

Lázaro Carlos de Carvalho, de 79 anos, é médico anestesista atuante na função. Há nove anos realiza as atividades na academia. Tudo começou depois que fez uma cirurgia no joelho e foi orientado pelo especialista a fazer exercícios. “Eu me sinto muito bem, é como se fosse um ópio, você não pode deixar de tomar. E a musculação é importante para o joelho, por exemplo, para o desenvolvimento do quadriceps, é muito importante para que as articulações não fiquem esbarrando osso com osso. Vou morrer praticando exercício.”

Outro benefício destacado por Lázaro foi a estabilização da artrite reumatoide — uma doença inflamatória crônica que afeta as articulações. “Há 17 anos eu trato com um ótimo médico e estabilizou, estou ótimo. Praticamente, estou tomando quase nada de medicamento. O exercício ajuda a estabilizar.”

Para a perda de peso, exercício físico também é uma ótima recomendação. A professora universitária Rosangela Araújo, de 59 anos, treina três vezes na semana por indicação da endocrinologista. Em um ano, ela perdeu 35 quilos. “Eu tinha sobrepeso na época, estava com 124,4 kg. Há três meses eu fiz a cirurgia bariátrica para tentar também melhorar os resultados das oscilações que eu tinha, de pressão alta, gordura no fígado, dores na perna, inchaço e retenção de líquido. Estou começando a ver melhoria dos resultados com o trabalho que o Marcelo faz aqui de acompanhamento, e claro, com o acompanhamento dos outros profissionais da área da sáude”, afirma.

“Hoje a atividade física é uma terapia não medicamentosa. É um ‘remédio’. Quanto mais eu me movimentar, melhor para a minha capacidade funcional, melhor para a minha qualidade de vida”, finaliza o educador físico Marcelo.

 

 

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