Projeto Guri
A música como caminho de transformação
No Projeto Guri, os alunos superam desafios e se preparam para o futuro

"Canta, canta, minha gente. Deixa a tristeza pra lá. Canta forte, canta alto. Que a vida vai melhorar” — as palavras do cantor brasileiro Martinho da Vila, na canção “Canta, Canta Minha Gente”, mostram um dos poderes da música: o de espantar a tristeza e trazer momentos de felicidade. E é assim que os alunos do Projeto Guri, em Sorocaba, se sentem. Para eles, a música não é apenas uma maneira de aprender algo novo, mas uma forma de expressão e de transformação. Ao tocar instrumentos como violão, flauta e saxofone, por exemplo, os estudantes encontram não só uma paixão, mas também uma maneira de se sentirem mais confiantes, alegres e até mesmo mais fortes diante dos desafios.
Gustavo Moraes, de 10 anos, participa do Projeto Guri e toca flauta há cerca de um ano. Antes disso, ele tocava trompete com o avô, que tem uma banda composta apenas por instrumentos de sopro. O amor pela música vem de geração em geração. “Eu continuo participando da banda, mas agora com a flauta. Minha mãe toca clarinete e meu tio trompete”. Para ele, participar do Projeto Guri é o caminho para a realização de um sonho. “Eu quero tocar em orquestras, em bandas... Aqui é bom, é legal, eu toco junto (com os colegas) e é uma harmonia muito boa”.
O Projeto Guri existe desde 1995 e já formou, de graça, milhares de crianças e adolescentes no Estado de São Paulo. Na sede de Sorocaba, os cursos disponíveis são de cordas flexionadas, cordas dedilhadas, percussão e instrumentos de sopro. Além disso, também tem aulas para pais e bebês, iniciação musical e musicalização infantil.
Laura de Assis Silva, de 11 anos, toca saxofone há três anos e entrou no Projeto Guri incentivada pela mãe. Ela conta que aprender o instrumento trouxe muitos benefícios, um deles é a melhora na respiração. “Eu tenho bem mais disposição para respirar, porque é um instrumento de sopro, e também a rotina muda, porque é um compromisso”. Laura diz também que adora fazer música ao lado dos amigos. “Este ano eu subi para a próxima turma e eu já fiz seis apresentações. É muito legal tocar e tem as pessoas da minha sala que são minhas amigas”.
Já Lorena Capitani dos Santos, de 12 anos, escolheu as cordas. “Eu tocava teclado, mas vi o violão e me interessei. Pedi para entrar no Guri para começar a tocar”. Com o objetivo em dar aulas de música, Lorena se inspira nos próprios professores. Uma alegria para a educadora musical Gislaine Pedrosa, que trabalha no Guri há 11 anos.
“É muito interessante, porque eles começam a se inspirar em nós, educadores, principalmente quando começam a ouvir as histórias de que nós também já passamos por esse processo, principalmente nos momentos de dificuldades. Eu costumo pontuar muito com eles que nós também passamos por isso, que não tenha vergonha, que errar faz parte do aprendizado, que a gente também aprende com os próprios erros, e nós já temos no Projeto Guri educadores que começaram aqui com a gente”.
Primeira infância
Crianças bem novinhas, a partir de 2 anos de idade, já podem participar do Projeto Guri, das aulas para pais e bebês. Nessa fase, os responsáveis acompanham os pequenos. Quando crescem, a partir de 4 anos, a criança passa a ter aulas de musicalização infantil e vão sozinhas para a sala de aula, mas os papais devem continuar na unidade esperando. A partir dos 6 anos, é possível fazer aulas de iniciação musical, que tem dois níveis. Depois, ao completar 10 anos, você pode escolher um instrumento.
Lara Albieiro de Oliveira, de 7 anos, Eliza Sanches, de 6 anos, e Fernanda Penteado Pavarin, de 7 anos, fazem o curso de iniciação musical e se divertem muito nas aulas. Mesmo sendo bem novinhas, elas percebem a importância do incentivo da família.
“Eu toco flauta, foi difícil no começo, mas eu aprendi rápido porque meu irmão me ensinou e eu já tinha tocado”, disse Lara. “O meu primo me incentivou e minha mãe me colocou. Eu acho muito legal e vou continuar tocando”, contou Elisa. “Eu queria fazer música. Minha vó viu que aqui era de graça e me falou. Eu acho muito legal“, falou Fernanda.
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