Entre os dias 2 e 6 deste mês, o Parque Ibirapuera, em São Paulo, foi o cenário de uma das maiores celebrações da arte contemporânea no Brasil, com a programação da 21ª edição da SP-Arte. O compromisso dos idealizadores do evento foi o de promover o diálogo entre artistas e o público, levando à tona uma seleção diversificada de obras e reflexões que atravessam diferentes vertentes da arte atual. A reportagem do Cruzeiro do Sul esteve presente, a convite da organização, e pôde constatar o resultado da proposta apresentada.

Um dos espaços que se destacou na programação foi a Arena Iguatemi, projetada pelo designer José Marton. Com inspiração no conceito de “Teatro de Arena”, a estrutura não se limitou a ser apenas um local de exposição, mas se tornou uma experiência imersiva que interagia diretamente com o ambiente ao redor. A proposta era fazer com que a arte se expandisse além dos limites físicos do espaço, criando uma atmosfera sensorial e envolvente.

Diálogos e conversas com artistas

Ao longo da feira, a Arena foi palco de diversas conversas com artistas de destaque, que compartilharam seus processos criativos e visões sobre a arte. No dia 3, o artista Paulo Nimer Pjota dialogou com Pollyana Quintella, curadora da Pinacoteca de São Paulo, e no mesmo dia Rodolpho Parigi conversou com Fernanda Brenner, fundadora e diretora da Pivô Arte e Pesquisa. Ambas as mesas foram mediadas por Laura Rago, pesquisadora e uma das curadoras do Arte Pará.

No dia seguinte, Beatriz Milhazes discutiu com o crítico Tiago Mesquita sua trajetória e a relação entre sua produção e as influências culturais brasileiras. Conhecida por suas obras vibrantes, Milhazes é uma referência internacional, e sua participação na SPArte proporcionou uma oportunidade de conhecer mais profundamente seu universo artístico. Já o artista Alex Cerveny, com sua vasta experiência que inclui diferentes linguagens, conversou com Renato Menezes, curador na Pinacoteca de São Paulo, sobre memória e simbolismo, com destaque para a exposição Mirabilia, recentemente apresentada na instituição.

Beirut Postcard: memória e tempo

A Arena também apresentou a obra Beirut Postcard (2014), de Vik Muniz, que integra a série Postcards from Nowhere. A obra, que reconstrói uma cena a partir de fragmentos, convida o espectador a refletir sobre a memória, o tempo e a efemeridade dos espaços. A série propõe um olhar nostálgico sobre locais que já foram muito populares, mas que foram radicalmente transformados por eventos históricos ou sociais, como as Torres Gêmeas em Nova York e uma praia de Beirute (Líbano), outrora uma das mais luxuosas do mundo.

Para tornar a experiência ainda mais especial, a Arena contou com o Flower Cart exclusivo do The Mark, hotel nova-iorquino conhecido por seu estilo sofisticado. A parceria inédita trouxe um toque delicado e inusitado ao espaço, combinando arte, design e hospitalidade de maneira singular.

Doações e apoio à arte contemporânea

Como parte de seu envolvimento com o cenário cultural, o Iguatemi São Paulo realizou, no primeiro dia da feira, mais uma doação de obras para a Pinacoteca do Estado de São Paulo ù uma iniciativa que se repete ano após ano e já se tornou parte da identidade da marca.

A curadoria de Fernanda Feitosa, idealizadora da SP-Arte, continua a ser fundamental para a consolidação do evento como uma plataforma de conexão entre artistas, galerias e público. Sua capacidade de criar uma experiência acessível e enriquecedora para todos é um dos pilares da feira.

A presença do Iguatemi São Paulo na SPArte consolida sua atuação como apoiador da arte contemporânea, pois ao oferecer um espaço para o encontro e o diálogo, contribui para aproximar o público dos artistas que estão transformando o panorama cultural brasileiro. (Cláudia Jacob)