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Editorial

Combate à inflação mostra sinais positivos

O importante é que esse sentimento de melhora econômica seja percebido também pelo consumidor

10 de Junho de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: Luiz Setti / Arquivo JCS)

A economia brasileira deu, ontem (9), mas um sinal de que começa a voltar para os trilhos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, ficou em 0,47% em maio, a taxa foi inferior ao 1,06% de abril deste ano e ao 0,83% de maio do ano passado. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com o resultado de maio, o IPCA acumula taxa de 4,78% no ano. Em 12 meses, a inflação acumulada é de 11,73%, abaixo dos 12,13% registrados no mês anterior.

O maior impacto para a inflação do mês veio dos transportes, que subiram 1,34%, devido principalmente à alta de 18,33% no preço das passagens aéreas. Os combustíveis tiveram variação de preços de 1%, abaixo da alta de 3,20% do mês anterior.

O segundo maior impacto no mês veio da saúde e cuidados pessoais, com inflação de 1,01%. Os produtos farmacêuticos, que tiveram alta de preços de 2,51% no período, foram, junto com as passagens aéreas, os itens que mais pesaram no IPCA de maio.

Os alimentos tiveram inflação de 0,48%, bem abaixo dos 2,06% do mês anterior. Alguns itens tiveram queda de preços, como tomate (-23,72%), batata-inglesa (-3,94%) e cenoura (-24,07%). Apesar disso, alguns produtos tiveram alta, como leite longa vida (4,65%) e cebola (21,36%).

Os dados apresentados pelo IBGE confirmam a reportagem publicada na edição de ontem (9) do jornal Cruzeiro do Sul. O texto mostrava a evolução, mês a mês, do valor da cesta básica em Sorocaba. A pesquisa, realizada pelo Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade de Sorocaba (Uniso), já havia identificado o mesmo cenário detectado pelo instituto federal.

O levantamento mostrou que os produtos subiram menos em maio, na comparação com abril. Um claro sinal que a inflação está perdendo força.

Os alimentos que mais subiram no mês passado na cidade foram a cebola (26,39%), o feijão (11,41%), a farinha de trigo (11,36%), a farinha de mandioca (9,49%), e o frango (8,73%).

Dentre os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços em Sorocaba destacam-se o extrato de tomate (-9,65%), os ovos (-1,04%); a água sanitária (-0,72%) e o creme dental.

Voltando ao cenário nacional, o IBGE, ao colher dados para compor o IPCA, também verificou que o item vestuário teve inflação de 2,11% e foi o grupo de despesas com maior alta de preços no mês. A habitação foi o único grupo com deflação (queda de preços) de -1,70%.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ontem (9), na abertura do Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento, promovido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que o governo está dando sua contribuição para a cadeia produtiva do País. “Estamos abaixando os impostos, reduzimos os impostos de importação pela primeira vez em 40 anos de Mercosul, zeramos os impostos sobre produtos como desossados, grãos, arroz e feijão, reduzimos todos os impostos da cesta básica, os impostos federais”.

Guedes lembrou ainda a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). “Teve 35% de redução do IPI, zeramos o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), estamos dando a nossa contribuição para a nossa cadeia produtiva”.

Durante sua fala, Guedes mencionou também a importância do Brasil na segurança alimentar e energética, principalmente durante a pandemia. “O Brasil é um gigante verde, é o protagonista mais importante da segurança energética e alimentar no mundo”.

O importante, nesse momento, é que esse sentimento de melhora econômica seja percebido também pelo consumidor na hora de fazer suas compras e de fechar as contas do mês. Se todo o esforço do governo, na tentativa de derrubar a inflação, ficar pelo meio do caminho, sem ser repassado para quem mais precisa, de nada terá adiantado.