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Sorocaba registra alta de lançamentos e transformação de bairros
Cidade ganhou 1.454 novas unidades imobiliárias, aumento é de 119%
Com o avanço dos empreendimentos imobiliários nos últimos anos, os bairros mais tradicionais de Sorocaba seguem em transformação. Aos poucos, prédios altos e condomínios residenciais, verticais e horizontais, ganham cada vez mais espaço em praticamente todas as regiões da cidade e conquistam os consumidores. Dados do Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP) comprovam o aumento dos empreendimentos na cidade.
Segundo pesquisa do Secovi, houve aumento de 119,96% nas unidades lançadas na comparação do terceiro trimestre de 2022 com o anterior (segundo trimestre). Foram 1.454 unidades lançadas nos meses de julho, agosto e setembro contra somente 661 no segundo trimestre do ano passado.
O Secovi informou que os dados do quarto trimestre de 2022 ainda estão sendo computados. O consolidado do ano passado deve ser divulgado entre fevereiro ou março de 2023. A pesquisa de lançamentos de imóveis residencias em Sorocaba por trimestres somou, de janeiro a setembro de 2022, o total de 2.933 unidades na cidade. E nos últimos 12 meses, o total de unidades lançadas chegou a 5.296.
Novos empreendimentos
Não só concentrados na zona sul da cidade, onde vários lançamentos imobiliários ocorreram nos últimos anos, bairros mais antigos de Sorocaba também recebem novos empreendimentos. Em rápido passeio pelos bairros mais antigos das zonas leste e norte é possível perceber prédios recentemente lançados e já com novos moradores e empreendimentos em construção.
Os lançamentos de imóveis residenciais na Vila Hortência, Jardim São Paulo, Jardim Piratininga, Jardim Gonçalves, Vila Progresso, Horto Florestal, entre outros, também ganham espaço. Para os moradores mais antigos, o progresso e os novos lançamentos precisam minimizar os aspectos negativos, assim como o poder público garantir que os serviços públicos municipais possam atender a todos.
É o que apontam os moradores na região do Horto Florestal, na zona norte de Sorocaba. A região segue recebendo novos empreendimentos imobiliários, pois é a maior da cidade. Porém, eles apontam melhorias que os bairros precisam receber com a chegada de novos prédios e condomínios residenciais.
O aposentado José Francisco Gimenez, 82 anos, mora há cerca de 3 meses no Jardim Flamboyant, que fica bem próximo ao Horto Florestal. Ele não é contra o progresso e aprova a chegada de novos empreendimentos imobiliários na cidade, mas defende que seja mantida a qualidade de vida da população.
“Está faltando iluminação pública aqui em diversas ruas e está muito escuro. No período noturno isso é ruim para a segurança dos moradores. Novos prédios são bem-vindos desde que não comprometa nossa qualidade de vida. Tem que ter ônibus para todo mundo e melhorar o bairro também”, afirma.
Outra moradora do bairro, aposentada Vera Lúcia Rodrigues, 67 anos, afirma que também não é contra a chegada de novos empreendimentos imobiliários na região. “A única preocupação é que as obras não tragam problemas para os moradores do bairro. Tem que preservar áreas verdes e garantir vagas em creches e no posto de saúde para todos”, afirma.
Questionada a respeito, a Prefeitura de Sorocaba informa que, diante do crescimento no ramo imobiliário, por meio da Secretaria de Urbanismo e Licenciamento (Seurb), busca, constantemente, atualizar a legislação e as ferramentas de gestão, de modo a modernizar e adequar à nova realidade do município.
“Além disso, é utilizado o recurso de medidas mitigadoras, que são solicitadas para empreendimentos, revertendo em benefícios públicos à coletividade, nos bairros, como revitalizações de praças e pavimentação de vias, por exemplo, neutralizando impactos que possam ser causados no local de construção”, ressalta.
Medidas mitigatórias
O professor doutor em Ciências Sociais da Universidade de Sorocaba (Uniso), Vidal Dias da Mota Junior, afirma que a cidade vive um momento de transformação da sua urbanização, que se intensificou nos últimos 10 anos. Segundo ele, o poder público dispõe de medidas mitigatórias e compensatórias para solucionar possíveis impactos negativos causados pela chegada de novos empreendimentos imobiliários.
“É preciso utilizar as ferramentas disponíveis, como as medidas mitigatórias e compensatórias, além de um estudo de impacto de vizinhança, e ainda de impacto ambiental. Agora, o fundamental é que as medidas sejam feitas no mesmo local e região”, destaca. O professor disse ainda que é preciso dar transparência e publicidade nas medidas mitigatórias e compensatórias que são realizadas. “É possível ainda buscar aprovação dos empreendimentos nos conselhos municipais competentes e se for preciso realizar audiências públicas a respeito”, afirma Mota Junior.
A Prefeitura de Sorocaba informa que possui instrumentos legais que tratam da preservação, conservação, defesa, recuperação e melhoria da qualidade ambiental e da qualidade de vida de seus habitantes, em harmonia com o desenvolvimento social e econômico, como a Política Municipal de Meio Ambiente, que rege o trabalho realizado pela Secretaria do Meio Ambiente, Proteção e Bem-Estar Animal (Sema), bem como o Plano Diretor de Desenvolvimento Físico e Territorial do Município, inclusive na aprovação de edificações no município, pois ambas tratam, também, a respeito do uso e ocupação do solo. (Ana Claudia Martins)
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