Sorocaba
Aumentam casos de Covid nas escolas estaduais de Sorocaba
Desinformação sobre suspensão de aulas deixa pais apreensivos
Faltam informações para professores, alunos e, consequentemente, para os pais. Mas o fato é que os casos confirmados de Covid-19 estão aumentando nas escolas estaduais de Sorocaba. O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) divulgou uma nota oficial informando que encaminhou denúncia para a Vigilância Sanitária, pois várias unidades escolares seguem abertas para atividades mesmo após as confirmações.
“Após o retorno do recesso em abril, já percebemos um aumento no número de casos. Faltam procedimentos preventivos, como testagem em massa. A testagem só ocorre quando alguém apresenta um sintoma. Apenas na EE Monteiro Lobato foi feita a testagem em massa. Além disso, a maioria da comunidade escolar está sem máscara, mas o ambiente é propício para a propagação do vírus, com as salas fechadas. Contudo, o abafamento do número de casos não ajuda em nada”, explica Paula Penha, integrante da coordenação do Sindicato.
A Secretaria Estadual de Educação não confirmou quantas escolas estão com casos confirmados e os dados disponibilizados no Painel Covid, do Sistema de Informação e Monitoramento da Educação, estão desatualizados: aparecem somente os três casos positivados da semana entre os dias 1º e 7 de maio. A pasta informou que avisa a Vigilância Epidemiológica Municipal e orienta as escolas sobre as medidas a serem tomadas, bem como aqueles que estão com suspeita de contaminação.
“Se houver caso de estudante ou professor com suspeita (2 ou mais sintomas) ou confirmação para Covid-19, este deve permanecer em isolamento por 7 dias. Os alunos afastados seguem com aulas remotas via Centro de Mídias de São Paulo e se os sintomas persistirem, deve-se permanecer em isolamento até o 10º dia. As aulas presenciais seguem todos os protocolos de segurança, como higienização, ventilação dos ambientes, uso obrigatório da máscara no transporte escolar, afastamento dos casos e monitoramento.”
Nas escolas
Até a noite de ontem (11) a Apeoesp tinha a informação (não confirmada pela Secretaria) de que as aulas seriam suspensas a partir de hoje (12), até o dia 17, na Escola Estadual Antônio Padilha, por conta de quatro casos confirmados. Mas, à reportagem, um dos estudante do Ensino Médio disse que apenas alguma salas do primeiro e terceiro ano foram suspensas, o que afetaria em torno de 200 alunos. No grupo de pais em um aplicativo de mensagens, a desinformação está gerando apreensão, já que os filhos tiveram contato com os alunos e professores que testaram positivo para Covid.
Na EE Joaquim Izidoro Marins, na Vila Angélica, as aulas presenciais foram suspensas até o dia 16 em oito salas, em virtude de alunos e professores que testaram positivo. Os estudantes foram orientados a comparecer na UBS da localidade para fazer a testagem rápida nesta sexta-feira (13). Na Ezequiel Machado Nascimento, no Jardim Santa Rosália, há nove pessoas diagnosticadas com coronavírus, mas a escola permanece aberta.
Na EE Monteiro Lobato, no Parque Santa Isabel, as aulas retornaram ontem (11), sob orientação, de acordo com nota da escola nas redes sociais, de comparecer apenas aqueles que não têm sintomas da doença. Na unidade, seis pessoas tinham testado positivo.
Um docente, da EE Joaquim Izidoro Marins, que preferiu não se identificar, disse que 30% do quadro da unidade testaram positivo, isso sem contar os casos suspeitos. “O vírus não respeita parede ou turmas, nós dividimos o mesmo espaço e, em alguns momentos, estamos aglomerados. Pelo menos cinco professores foram por conta própria fazer o teste hoje (11) e o resultado foi positivo, mas eles passaram o dia trabalhando”, contou.
Questionada, a Vigilância Epidemiológica Municipal informou, por meio de nota, que quando há dois ou mais casos confirmados de profissionais com Covid-19 na mesma escola, “é feita análise do período de estudo e do vínculo epidemiológico entre os casos e, se houver estabelecimento do vínculo epidemiológico para definição de surto, a Vigilância Epidemiológica dará o devido encaminhamento das ações, de acordo com cada caso”. (Denise Rocha)