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Quase 16 toneladas de drogas são apreendidas nas rodovias regionais

Trabalho da Polícia Militar Rodoviária compreende o período de dez meses

09 de Novembro de 2023 às 23:01
Vanessa Ferranti [email protected]
Nos primeiros dias novembro, houve mais apreensões na região
Nos primeiros dias novembro, houve mais apreensões na região (Crédito: Divulgação/ Polícia Rodoviária)

Entre janeiro e outubro deste ano, a Polícia Militar Rodoviária apreendeu quase 16 toneladas (15.922,04 quilos) de drogas em rodovias das regiões de Sorocaba e Tatuí, patrulhadas pela 1ª e 3ª Companhia do 5º Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRV). O número é 4% superior ao que foi apreendido no mesmo período no ano passado, com 15.317,09 quilos, pouco mais de 15 toneladas.

Em dez meses, também foram apreendidos pela Polícia Rodoviária mais de 2 milhões e 355 mil maços de cigarros. Já em 2022, o contrabando do produto resultou em mais de 2 milhões e 336 mil apreensões nas rodovias das regiões.

Nos primeiros dias novembro, houve mais duas apreensões na região: 212 kg de maconha em Itu e outros 277 quilos da mesma droga em Tietê.

Tenente-coronel Marcel Ribeiro de Lima, comandante do 5º BPRV, responsável pela patrulhamento rodoviária do sudoeste paulista  - FÁBIO ROGÉRIO (7/11/2023)
Tenente-coronel Marcel Ribeiro de Lima, comandante do 5º BPRV, responsável pela patrulhamento rodoviária do sudoeste paulista (crédito: FÁBIO ROGÉRIO (7/11/2023))

Pela rodovia

Segundo a Polícia, o modelo que o Brasil escolheu para transportar a sua produção industrial, agropecuária e serviços é, majoritariamente, a rodoviária, diferente de alguns países, onde são privilegiados outros meios, como ferrovia ou hidrovia. Essa preferência resulta na utilização de rotas similares também para o transporte de drogas e outras mercadorias ilícitas.

O 5º Batalhão de Polícia Rodoviária, com sede em Sorocaba, é responsável por toda a malha rodoviária do sudoeste paulista e abrange 83 cidades, incluindo a Capital e o município de Itararé, na divisa como o Estado do Paraná. As equipes atuam também em cidades próximas de Bauru e na divisa de Jundiaí. O número de veículos que circulam por essas estradas é grande e, para conseguir combater o tráfico, é preciso ter estratégia e atenção.

O tenente-coronel Marcel Ribeiro de Lima, comandante do 5º BPRV, explica que os criminosos utilizam das mais diversas formas para transportar as drogas e os produtos. Com frequência, os materiais ilícitos são localizados em malas e bagageiros de ônibus, veículos de passeio, carros de aluguel ou transporte por aplicativo, além de fundos falsos de caminhões. Há, ainda, casos mais ousados, em que os traficantes engolem cápsulas de drogas ou preferem esconder os entorpecentes em fraldas e mamadeiras de bebês.

“Antigamente, tinha a pessoa que fazia o transporte solitário. Ainda temos, não é raro isso acontecer, mas chama atenção do policial uma pessoa na rodovia dirigindo sozinha, então, nós já temos casos de casal com criança. Você olha, a mamadeira está com leite, mas tem uma ‘sub mamadeira’ dentro, uma garrafinha com droga”. “Eles usam a dissimulação para tentar enganar o policial”, disse o comandante.

Com a mudança de perfil dos criminosos e das táticas para burlar as leis, a Polícia Rodoviária também busca novas soluções e passa frequentemente por treinamentos. Uma das estratégias é sempre observar os detalhes, principalmente dos veículos abordados. “É comum ônibus e caminhões com fundos falsos. Medimos o veículo por fora e por dentro. Se por fora o veículo tem 25 metros de baú, por dentro ele precisa ter 25 também, mas medimos e encontramos 22 por dentro, os três últimos metros é o fundo falso”, explicou o coronel.

É possível, ainda, encontrar pistas por meio de janelas de ônibus. Muitos veículos adulterados têm, por exemplo, 20 janelas contando de fora e 18 por dentro. Ou seja, ali, também existe um fundo falso. “Esse é um mero exemplo, é claro que existem muitas outras estratégias de policiamento que não podemos nem divulgar”, esclareceu. “Eles buscam uma forma nova e a gente tenta combater isso”, disse.

Outra técnica utilizada pelos policiais é a entrevista. Através dessa abordagem é possível identificar sinais de nervosismo e respostas divergentes, quando os traficantes estão em duas ou mais pessoas. “Às vezes as pessoas estão juntas, mas as respostas estão desencontradas, alguma coisa está estranha. São coisas que chamam a atenção do policial e quando ele percebe que algo está estranho, ele apura as respostas e incrementa a busca de forma que localize as drogas, cigarros, assim por diante”.

No entanto, para que as operações tenham resultados mais significativos, além do trabalho de inteligência, também é fundamental a integração entre as forças de seguranças. “Se as forças de segurança trabalharem de maneira isolada, não vão conseguir tanto sucesso, mas quando nós trabalhamos de maneira integrada com todas as forças de segurança, e quero destacar em especial a Polícia Federal, a Receita Federal e a Polícia Civil, conseguimos um leque muito maior de sucesso. Quem ganha com isso é a sociedade, por óbvio, quem perde, é a criminalidade”, disse o tenente-coronel Marcel Ribeiro de Lima, comandante do 5º Batalhão de Polícia Rodoviária. (Vanessa Ferranti)

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