O preço da cesta básica sorocabana em dezembro de 2023 teve aumento de 0,83% na comparação com o mês anterior. O custo total passou de R$ 1.019,25 para R$ 1.027,71. Na prática, o consumidor desembolsou R$ 8,46 a mais para adquirir os 34 itens que compõem a cesta. Os dados foram divulgados ontem (4) pelo Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade de Sorocaba (Uniso), que realiza pesquisa mensal de preços.

No acumulado de 2023, o custo da cesta básica sorocabana apresentou queda de 1,87%. O resultado do ano passado foi melhor para o bolso do consumidor, visto que 2022 terminou com alta acumulada de 6,60%.

Durante o ano passado, conforme o levantamento, o preço da cesta básica em Sorocaba alternou altas e quedas. Foram seis meses de elevações e igual período de reduções, sendo quatro deles consecutivos (junho, julho, agosto e setembro). A maior alta mensal ocorreu em novembro (2,53%) e a maior queda em julho (-4,01%).

Segundo a pesquisa, dos 34 itens que compõem a cesta básica sorocabana, 22 apresentaram aumento de preço no mês passado. Para o coordenador do CSA, professor e economista Renato Vaz Garcia, a evolução do custo dos itens da cesta básica em dezembro de 2023 acompanhou o índice de inflação oficial (IPCA-15), que apresentou alta de 0,40%. “Isso significa que os produtos de consumo básico que compõem a cesta ficaram mais caros, caminhando no mesmo sentido dos bens e serviços em geral, medidos pelo IPCA-15”, destaca.

Vilões

De acordo com o levantamento, os produtos que mais contribuíram com o aumento no preço da cesta básica sorocabana em dezembro de 2023 foram a batata, o arroz e o feijão carioca.

Entre os itens que apontaram maiores aumentos no mês passado em relação a novembro estão: batata (19,49%), item com maior aumento, que passou de R$ 6,51 para R$ 7,77 o quilo. O quilo de feijão, segundo produto com maior aumento de preço (15,38%), passou de R$ 6,91 para R$ 7,98. O alho, terceiro item com maior aumento de preço (8,27%), subiu de R$ 5,71 (200g) para R$ 6,18/(200g). E, em quarto lugar, o arroz (4,57%), com o pacote de 5kg passando de R$ 29,15 para R$ 30,48.

Para o coordenador da pesquisa, professor e economista Marcos Antonio Canhada, a batata continuou em dezembro com a tendência de alta observada no mês de novembro. “Esse cenário é reflexo da menor oferta em função de problemas na produção, que vêm resultando em queda de produtividade. Além disso, as chuvas ocorridas durante o mês em áreas produtoras reforçaram as causas de altas de preços”, informa.

Segundo Canhada, no caso do feijão, problemas climáticos ocorridos no período da safra de alguns tipos da leguminosa e, nos últimos meses, o período de entressafra, impulsionaram o aumento do preço deste componente da cesta.

Maiores quedas

Quanto às maiores quedas de preços registradas no mês de dezembro em relação a novembro, os destaques para: sabão em barra (-7,29%), que passou de R$ 13,78 (pacote com 5 unidades) para R$ 12,78; carne de segunda (-5,32%), com o quilo passando de R$ 28,18 para R$ 26,68; ovos (-4,33%), que passou de R$ 11,22 para R$ 10,73 a dúzia; e o achocolatado (-4,15%), cuja embalagem de 400g passou de R$ 8,76 para R$ 8,39.

“O principal destaque no quesito queda de preços ficou para as carnes, principalmente a de segunda, que, após apresentar elevação no mês anterior, voltou a indicar tendência de queda. Queda esta muito significativa, por conta da importância relativa deste item na composição dos preços da cesta básica. Outro destaque foi a queda no preço dos ovos, devido a uma maior oferta do item”, aponta Canhada. (Ana Claudia Martins)