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Persistência

É preciso esforço consciente, explica psicóloga

22 de Março de 2025 às 21:00
Pequenas conquistas devem ser valorizadas, diz Juliana
Pequenas conquistas devem ser valorizadas, diz Juliana (Crédito: DIVULGAÇÃO)

A criação de novos hábitos não é fácil porque envolve a mudança de padrões de comportamento enraizados, o que exige esforço consciente, consistência e, muitas vezes, sair da zona de conforto, explica a psicóloga Juliana Rosado Alencar.

Tudo isso acontece por um misto de fatores, entre eles as barreiras emocionais e psicológicas. Conforme a profissional, o medo do fracasso, autossabotagem e crenças limitantes podem atrapalhar a adoção de novos hábitos. “Pensamentos como ‘não sou disciplinado o suficiente’ ou ‘isso nunca funcionou antes’ acabam impedindo a continuidade do processo”, avalia Juliana.

Outro ponto que a psicóloga frisa é a resistência à mudança. “Elas geram desconforto, e nosso cérebro tende a resistir a sair da zona de conforto. Mesmo que o novo hábito seja positivo, existe uma tendência natural de voltar ao que já é conhecido e confortável.”

Contudo, a falta de recompensa imediata, de clareza, planejamento e de consciência, ambientes desfavoráveis, influências sociais não compatíveis, assim como a ilusão da motivação, podem atrapalhar o processo que está ligado à mudança de hábitos.

Com tantas pedras no caminho, pode parecer difícil seguir, mas é justamente quando isso é entendido que a superação pode acontecer. Juliana dá algumas dicas. Inicie com mudanças fáceis de gerenciar para evitar a sensação de sobrecarga, associe o novo hábito a algo que já faz parte da sua rotina, estabeleça metas claras e realistas, conecte o hábito a algo significativo para você, tenha paciência e seja gentil consigo mesmo, pois mudanças levam tempo e falhas fazem parte do processo.

Não é preciso buscar muito longe para encontrar alguém que disse querer ser fitness e depois de um tempo acabou perdendo o foco. Uma maneira de driblar essa “falha” é focar da melhor forma os objetivos. “A diferença entre dizer ‘ser fitness’ e ‘mudar o estilo de vida’ não é apenas semântica, ela reflete mentalidades distintas que podem impactar a motivação e a consistência ao longo do tempo”, observa a psicóloga.

Conforme Juliana, o termo “ser fitness” muitas vezes é associado à estética, à ideia de alcançar um corpo específico, e não necessariamente à saúde a longo prazo. Isso pode levar a abordagens extremas e insustentáveis, como dietas restritivas ou treinos exagerados, que acabam sendo abandonados. “Quem busca ‘ser fitness‘ geralmente quer ver resultados rápidos, o que pode gerar frustração quando eles não aparecem de imediato. A ênfase excessiva no resultado pode fazer com que desistam mais facilmente.”

Ainda segundo a psicóloga, falar em mudança de estilo de vida implica em uma transformação gradual e permanente, focada em incorporar hábitos saudáveis de forma sustentável. Isso muda o foco de atingir um objetivo para viver melhor todos os dias.

“O conceito de estilo de vida envolve equilíbrio. Ele permite ajustes ao longo do caminho, entendendo que haverá momentos de deslize e que está tudo bem, desde que haja consistência geral”, diz Juliana. “Quando o objetivo é mudar o estilo de vida, as pequenas conquistas diárias ganham mais valor. Escolhas saudáveis passam a ser vistas como parte de quem a pessoa é e não apenas um esforço para atingir um ideal momentâneo. Identidade e comportamento alinhados.”