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Sorocaba, Terça-feira, 1 de Abril de 2025

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Crimes

DDM prende três abusadores sexuais em Sorocaba em menos de uma semana

Um é o padrasto que abusou da enteada dos 10 aos 17 anos; outro prostituía uma garota de 14 anos; e outro foi um músico de igreja que atacou uma garota de 4 anos

28 de Março de 2025 às 18:39
DDM apurou 34 denúncias, e seis armas foram apreendidas nos casos
DDM apurou 34 denúncias, e seis armas foram apreendidas nos casos (Crédito: Fábio Rogério)

A Delegacia da Defesa da Mulher de Sorocaba, só no mês de março de 2025 -- que ainda está por fechar --, registrou 529 boletins de ocorrência. A DDM obteve medidas protetivas para 234 vítimas, e instaurou 146 inquéritos policiais. Disso, resultaram 28 prisões em flagrante e seis mandados de prisão emitidos, e em três desses casos, a delegada Renata Zanin, titular da DDM, forneceu mais detalhes. Um deles envolve um músico de igreja que abusou de uma garota de apenas 4 anos em seu porão; outro foi um padrasto que estuprou sua enteada dos 10 aos 17 anos; e outro foi um homem que prostituiu uma garota de 14 anos em uma casa noturna da cidade.

Neste caso de prostituição, foram os pais que perceberam mudanças na filha de 14 anos. A menor foi abordada em meados de fevereiro por um homem de cerca de 40 anos em uma casa noturna na região do Parque das Laranjeiras. Ela foi cooptada a se prostituir por R$ 300. Isso levou o homem a conseguir contato com mais cinco meninas, que também entraria no esquema. O comportamento da garota mudou, chamou a atenção dos pais, que então verificaram o celular da menina, descobrindo o que estava ocorrendo. Ele foi preso na quarta-feira (26). Com ele foram apreendidos quatro armas de air soft, medicamentos e um laptop, que está sendo periciado para obter mais informações sobre as outras meninas aliciadas. Ele foi indiciado e preso preventivamente por 30 dias.

O segundo caso foi na região do Jardim São Gabriel, com um homem de 42 anos preso por ter abusado sexualmente de sua enteada quando ela tinha entre 10 e 17 anos de idade. A menina nunca quis denunciar os estupros por temer “destruir a família”, segundo a delegada. Os pais se separaram, e quando o homem começou a ficar algumas vezes com a irmã dela, de 5 anos, sozinho na casa onde agora residia, a moça, agora com 19 anos, decidiu denunciar tudo. “Ela não queria que a irmã passasse pelo que ela sofreu”, afirma Renata, que aponta que investigações estão em curso para determinar se a garotinha de 5 anos também foi atacada. O homem foi indiciado e preso no último dia 20, e também ficará 30 dias na cadeia.

O terceiro caso liga uma associação religiosa, onde se ensina música, a uma igreja evangélica, na região do Jardim Santo André, ainda na época da pandemia. Um músico que tocava nos locais começou a chamar crianças da igreja para ensinar a tocar instrumentos. Uma garota de 4 anos foi uma das alunas, e foi abusada pelo músico no porão da casa dele, onde passava as lições. O caso chegou para a DDM apenas recentemente, quando a mãe percebeu que a menina, agora com 9 anos de idade, estava desabafando em uma lousa negra de brinquedo, daquelas em que o que é escrito aparece apenas com luz noturna. Lá, ela escreveu sentimentos de culpa e desejos de se matar. Com muita conversa e ajuda de gente da igreja -- o que não é muito comum, segundo a delegada --, os pais conseguiram chegar na identidade do abusador. Ele foi indicado e preso no dia 19.

Outros números de relevância: a DDM apurou 34 denúncias, e seis armas foram apreendidas nos casos. E de seis palestras que deu na cidade, uma feita em uma escola para 180 alunos, de 15, 16 e 17 anos, rendeu dois boletins de ocorrência. “Os três casos e esses outros números mostram o poder do conhecimento e das denúncias. Óbvio que nem tudo é perfeito, mas trabalhamos para buscar a excelência no serviço”, explica a delegada. (Tom Rocha)