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BENÊ GOMES

Transição energética: vem aí o biocombustível de coco verde

22 de Março de 2025 às 20:30
A iniciativa de transformar a biomassa do coco em energia é liderada pelo Instituto de Tecnologia e Pesquisa
A iniciativa de transformar a biomassa do coco em energia é liderada pelo Instituto de Tecnologia e Pesquisa (Crédito: DIVULGAÇÃO)

O coco verde pode tornar-se uma fonte valiosa de biocombustível e dar uma grande contribuição para o processo de transição energética no País, ajudando a reduzir a dependência de combustíveis fósseis. A iniciativa de transformar a biomassa do coco em energia é liderada pelo Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), vinculado ao Grupo Tiradentes, e conta com o aval da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

O projeto utiliza tecnologias avançadas para converter a biomassa do coco verde em um combustível sustentável. O processo de produção envolve três etapas principais:

1. Secagem e trituração: a fibra do coco é coletada, seca e triturada para facilitar o processamento.

2. Conversão térmica: o material passa por processos como pirólise, gaseificação ou fermentação, gerando bio-óleo, biocarvão e gases combustíveis.

3. Refino e aproveitamento: o bio-óleo pode ser refinado para uso em motores e geradores, enquanto o biocarvão pode ser utilizado como fonte de energia.

Além disso, a tecnologia empregada no projeto também foca na redução de solventes orgânicos, garantindo um processo mais limpo e seguro.

Sustentabilidade e economia circular

O biocombustível de coco verde não apenas oferece uma alternativa renovável aos combustíveis fósseis, mas também contribui para a destinação adequada das cascas descartadas. Em Aracaju (SE), por exemplo, existem cerca de 90 pontos de venda de coco, sendo 30 deles considerados grandes geradores de resíduos que descartam até 400 kg de cascas de coco verde diariamente. Essa quantidade sobrecarrega a coleta domiciliar e gera um custo anual de aproximadamente R$ 900 mil para a limpeza pública. E o pior: quando não enviados ao aterro sanitário, muitos desses resíduos são descartados de forma inadequada, agravando problemas ambientais.

Coco e cana-de-açúcar na produção de biocombustíveis

O projeto do biocombustível de coco verde tem semelhanças com a utilização da cana-de-açúcar para produção de energia. Embora a cana seja mais utilizada para fabricar etanol, seus subprodutos também podem ser aproveitados para a produção de biodiesel e bio-óleo. O etanol, por sua vez, é amplamente utilizado no Brasil como alternativa à gasolina e pode ser combinado com o diesel para formar o diesel verde (HVO), que possui propriedades semelhantes ao biodiesel.

 

 

 

 

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