Press Enter and then Control plus Dot for Audio
Sorocaba, Segunda-feira, 31 de Março de 2025

Buscar no Cruzeiro

Buscar

Quadrilha

Golpes por meio digital causam prejuízos

Dois acusados de estelionato foram presos por policiais de Sorocaba e mais um é procurado

26 de Março de 2025 às 21:30
Delegado explicou como funcionava esquema criminoso
Delegado explicou como funcionava esquema criminoso (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (26/3/2025))

Golpistas se fazem passar por cobradores de dívidas falsas, e de posse de dados, fotos e até senhas das vítimas, zeram suas contas bancárias. Um homem da zona norte de Sorocaba perdeu R$ 10 mil em um golpe desse tipo. Investigações que duraram mais de um ano, feitas pela Polícia Civil de Sorocaba, levaram a uma dessas organizações criminosas e dois homens foram presos. Outro está foragido. A estrutura contava com cinco integrantes para todo o funcionamento do crime. O estelionato por meio digital é um dos maiores problemas que exigem atenção da Polícia Civil atualmente, dada a popularidade da comunicação digital e facilidade das movimentações bancárias.

O delegado Acácio Aparecido Leite, titular do 8º Distrito Policial, falou sobre as prisões e o esquema dos golpistas em coletiva de imprensa feita na manhã de ontem (26) na Delegacia Seccional de Sorocaba . “É uma grande oportunidade para alertar a população sobre golpes. São criminosos sofisticados, criativos, com grande poder de persuasão. É preciso entender uma coisa: banco não liga para ninguém. A melhor prevenção é a informação”, alerta o delegado.

O esquema começa com algum cliente de banco — no caso da vítima de Sorocaba era de uma agência federal. A vítima recebe uma mensagem via WhatsApp ou uma ligação telefônica informando sobre débitos indevidos em sua conta. Ele é repassado então para uma segunda pessoa — neste caso, uma mulher, que possui grande poder de convencimento, explica o delegado. A mulher consegue persuadir a vítima a fornecer dados sensíveis, como a senha do banco. Neste caso, o golpe já começa a ser aplicado. O homem da zona norte neste momento já tinha perdido os R$ 10 mil. Entram em ação mais três autores, se passando por pessoas de uma instituição financeira mediadora de pagamentos, que “ajudam” a vítima a “ajustar” suas contas, sem saber do prejuízo, menciona Leite.

As investigações a partir desse crime correram por um ano, e a polícia conseguiu identificar os três últimos autores, além de obter os mandados de prisão contra eles. Um deles, de 29 anos, foi preso em Ribeirão Preto; outro, de 31, foi preso em São Paulo; e há um terceiro, ainda foragido.

“Isso de existir um esquema de dentro da cadeia há muito tempo não existe. São organizações criminosas atuando fora há tempos”, alerta o delegado do 8º DP. “O crime de estelionato não tem violência, então não ganha grande repercussão. Isso é um problema”, analisa Leite.

O delegado adverte que esses golpes se ajustam à época do ano também. “Qualquer coisa é motivo para esses criminosos atuarem. Cito Páscoa ou vacinação contra a gripe. De algum jeito, eles encontram alguma maneira de realizar golpes com isso.” Ele deixa como mensagem importante “nunca passar dados pessoais, foto e a senha para ninguém, nunca.”