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Meio Ambiente

Governo lança plano contra despejos irregulares no Tietê

Proliferação de algas e macrófitas preocupa, e ação busca melhorar a qualidade da água

26 de Março de 2025 às 21:30
O grupo terá membros da Semil, Secretaria de Agricultura, Cetesb, Polícia Ambiental e prefeituras das cidades cortadas pelo Tietê
O grupo terá membros da Semil, Secretaria de Agricultura, Cetesb, Polícia Ambiental e prefeituras das cidades cortadas pelo Tietê (Crédito: DIVULGAÇÃO/AGÊNCIA SP)

A proliferação de algas e macrófitas no Rio Tietê, agravada pelo aumento das temperaturas médias registrado em São Paulo desde o ano passado, é alvo de um plano de ações de curto, médio e longo prazo apresentado nesta terça-feira (25) pelo Governo de SP. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) detalhou a estratégia ao Fórum de Integração das Ações de Recuperação do Rio Tietê (Fiar-Tietê), responsável pela governança do Programa IntegraTietê. O plano inclui a criação de um grupo para fiscalizar fontes poluidoras e despejos irregulares no Tietê.

A estratégia apresentada envolve ações em diversos pontos do estado, incluindo cidades da região, como Sorocaba e Votorantim, que são diretamente impactadas pela situação. Uma das principais ações é a criação do Grupo de Fiscalização Integrada (GFI), que atuará em toda a extensão do Rio Tietê, incluindo as áreas mais críticas dessas duas cidades. O GFI será composto por membros da Semil, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), da Polícia Ambiental e das prefeituras de cidades cortadas pelo rio. O grupo será responsável por fiscalizar fontes poluidoras, como o derramamento de esgoto irregular ou resíduos industriais e agrícolas.

Plano para fiscalizar despejos irregulares no Tietê é desafio de todos, diz secretária, “é um desafio de todos, que precisa ser enfrentado de forma integrada. Isso é o que estamos propondo. O reforço na fiscalização por meio do GFI se soma a um esforço já em curso de estímulo à ampliação da cobertura dos serviços de coleta e tratamento de esgoto, seja por meio das exigências previstas no contrato da Sabesp, seja por meio do UniversalizaSP, que visa atingir a universalização do saneamento nas cidades não atendidas pela Sabesp, por meio de arranjos regionais”, explica a secretária Natália Resende.

Além disso, o plano também aborda a proliferação de plantas aquáticas no canal de navegação da barragem de Barra Bonita, que afeta diretamente a região de Votorantim. Foi registrada uma expansão de cerca de 20 hectares de macrófitas. A operadora da barragem se comprometeu a seguir com o manejo das plantas, realizando o vertimento gradativo das macrófitas. A operação será monitorada e apoiada pelo Departamento Hidroviário da Semil, com acompanhamento da Cetesb. Serão feitas medições diárias de oxigênio a montante e jusante da usina, para monitorar a oxigenação da água.

A Cetesb também instalará uma sonda de monitoramento da qualidade da água a jusante da barragem, como parte de um esforço para ampliar o monitoramento da qualidade da água do Rio Tietê, o que inclui a região de Sorocaba e Votorantim. Esse investimento de R$ 8,6 milhões inclui a instalação de novas estações de monitoramento em locais críticos, como nos reservatórios de Barra Bonita e Promissão, e na bacia do Rio Piracicaba.

Essas novas estações farão parte do Sistema Integrado de Monitoramento de Qualidade das Águas (Simqua), que foi inaugurado em junho de 2024. O Simqua permite à população acessar, em tempo real, dados sobre a qualidade das águas dos principais rios e reservatórios do estado. Atualmente, o sistema já conta com 20 estações de monitoramento.

Ações de médio e longo prazo

Para as ações de médio e longo prazo, o plano sugere, entre outras iniciativas, a instalação de boias para isolamento da área navegável da barragem de Barra Bonita, a articulação com produtores rurais e entidades do setor agropecuário para a implementação de boas práticas de conservação do solo e a redução do escoamento de fertilizantes e outros resíduos nos corpos hídricos, impactando positivamente também em Sorocaba e Votorantim.

“A eutrofização do Rio Tietê é um problema histórico que, com o aquecimento global, tem se intensificado. As medidas emergenciais são importantes, mas a solução definitiva passa por um plano integrado, com o objetivo principal de eliminar o lançamento de esgoto e a poluição difusa. Isso só será possível por meio do endurecimento da fiscalização e da antecipação da universalização do saneamento em São Paulo, incluindo Sorocaba e Votorantim”, afirmou a secretária Natália Resende. (Da Redação, com informações da Agência SP)