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Adaptações

Como deixar uma casa acessível?

Norma obrigatória para espaços públicos e comerciais pode ser referência para um lar inclusivo

28 de Julho de 2021 às 00:59
Cruzeiro do Sul [email protected]
Banheiro precisa ter espaço para circulação e apoio
Banheiro precisa ter espaço para circulação e apoio (Crédito: Divulgação)


Quando pensamos em inclusão, logo nos vem à mente ambientes públicos e privados que deixam a desejar quando o assunto é acessibilidade. Mas, se fizermos um exercício rápido e olharmos para dentro de nossa casa, será que encontramos um lar preparado -- ou talvez adequado -- para receber pessoas com deficiência, gestantes, recém-operados e idosos que tenham a mobilidade reduzida?

Não dá para criar uma regra sem considerar as necessidades específicas de cada morador, embora alguns itens possam ajudar, se forem padronizados, como porta mais largas, tomadas e interruptores mais baixos.

Mas como deixar a casa acessível sem a ajuda de um arquiteto?

Sempre que possível, é importante contar com a ajuda de um profissional. Isso vai te poupar muita dor de cabeça e, talvez, até algum dinheiro.

Mas nós sabemos que uma obra pode custar caro e como nem todas as pessoas têm condições financeiras para investir em reformas e contar com um profissional para deixar sua casa mais acessível, algumas adaptações podem ajudar -- e muito! -- na hora de oferecer uma maior mobilidade dentro de casa.

Algumas dessas dicas não são pensadas apenas para pessoas com deficiência ou idosos com a mobilidade reduzida, já que servem para todos, em qualquer situação.

É o caso, por exemplo, de portas de correr, piso laminado e vinílico para toda a área seca do imóvel, modelo de maçaneta e torneira no formato de alavanca, tomadas médias com 1,2 metro, ausência de tapetes, altura da televisão entre 1,2 metro e 1,5 metro, sofás e camas mais altas, registro de água mais baixo e vãos de portas com, no mínimo, 80 cm de largura.

O banheiro e a cozinha são os ambientes mais críticos das casas, precisando de uma atenção específica na hora da reforma, para que as pessoas tenham autonomia sem se machucar, já que são superfícies com maior incidência de acidentes.

Em ambos os espaços, duas importantes dicas de acessibilidade são: pias sem armário embaixo e com uma altura entre 75 cm e 80 cm, para que um cadeirante consiga usar; e piso antiderrapante nas áreas molhadas.

As barras de apoio são fundamentais não só no banheiro, mas em pontos estratégicos da casa, como os quartos. Chuveiros com uma ducha manual facilitam em situações mais práticas, assim como o box com um degrau ou banco de alvenaria para as pessoas que precisam tomar banho sentadas, seja por uma deficiência permanente ou temporária -- como uma cirurgia, por exemplo.

Privadas com assentos mais altos também são uma boa pedida e a fechadura tem que ser prática para trancar e destrancar. Os modelos tradicionais, com chaves pequenas, não são seguros para pessoas com comprometimento de movimentos.

Na cozinha, utilizar um cooktop, ao invés de um fogão, além de ser uma tendência atual de design, também ajuda na acessibilidade, já que uma pessoa em cadeira de rodas consegue utilizá-lo -- se não tiver armário embaixo. Mas lembre-se de deixar o registro de gás num lugar de fácil acesso (essa é uma medida de segurança importante).

Para os quartos, existem muitos projetos de marcenaria acessível, como os cabideiros articulados, que são práticos e não machucam ninguém. Nos armários, ao invés de utilizar puxadores redondos, dê preferência para os modelos do tipo “alavancas”, com até 1,2 metro de altura do chão.

Para os idosos, campainhas em alguns cômodos são importantes para quando eles precisarem de auxílio. Aliás, se cada ambiente da casa tiver um detalhe de cor diferente, como uma parede, vai facilitar bastante para que se localizem sozinhos.